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    Candidato do PT em MS faz campanha no estilo 'paz e amor'

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    ENVIADA A MATO GROSSO DO SUL

    20/09/2014 02h00

    Um "petista light", um fazendeiro bem-sucedido e um ex-prefeito de sotaque interiorano protagonizam a eleição em Mato Grosso do Sul, a mais cara do país.

    À frente nas pesquisas, Delcídio Amaral (PT), senador há 12 anos, faz uma campanha no estilo "Delcídio paz e amor". Não por acaso, seu marqueteiro é Duda Mendonça, responsável pela eleição de Lula em 2002, quando o então candidato petista encampou esse tipo de comportamento no período eleitoral.

    Duda e Delcídio trabalham juntos agora, após estarem em lados opostos no auge da crise do mensalão, em 2005 e 2006. Na época, o petista presidia a CPI dos Correios, que pediu o indiciamento do marqueteiro por ter recebido R$ 10,5 milhões no exterior do "valerioduto". Anos depois, Duda foi inocentado no Supremo Tribunal Federal.

    Delcídio, engenheiro e ex-diretor da Petrobras, se opõe ao perfil sindicalista do ex-governador Zeca do PT, que comandou o Estado por oito anos. Enquanto Zeca, candidato à Câmara, é "o deputado do povo", Delcídio se intitula "governador de todos".

    Reprodução/Facebook/delcidio2014
    Lula Com Delcídio do Amaral em Campo Grande, Mato Grosso do Sul
    Lula Com Delcídio do Amaral em Campo Grande, Mato Grosso do Sul

    O senador tem boa relação com o setor privado. Numa reunião com industriais na semana passada, falava manso, inclinando as costas na cadeira e cruzando as pernas. "Sou uma pessoa do diálogo, da harmonia", dizia, em busca de oposição ao governador André Puccinelli (PMDB).

    Vestindo calça jeans e camisa xadrez de mangas curtas, disse que está do lado de quem empreende e defendeu parcerias público-privadas.

    A campanha do PT é colorida: o grande símbolo é a letra D, e os posters são azuis, verdes, roxos e vermelhos.

    "Nunca pensamos em fazer a campanha ligada ao PT. Queremos algo mais moderno. Mas não escondemos nada", diz a coordenadora da campanha, Sandra Santana.

    Em segundo lugar nas pesquisas, Reinaldo Azambuja (PSDB) é uma força política em ascensão no Estado.

    Fazendeiro, com um patrimônio de R$ 37 milhões, foi prefeito de Maracaju entre 1997 e 2004 e depois eleito deputado estadual e federal.

    Até dois anos atrás, era aliado de Puccinelli. Rompeu para disputar a Prefeitura de Campo Grande, mas não chegou ao segundo turno.

    Azambuja faz campanha de camisa social, com mangas dobradas na altura do cotovelo. De sobrancelhas negras, em contraste com o cabelo grisalho, penteia o cabelo para trás. Diz representar o novo e prega a transparência, fazendo oposição ao PT.

    "O PT jogou o nome do nosso Estado na lama", diz, em referência ao suposto envolvimento do senador com desvios na Petrobras (Delcídio chama de "esdrúxulas" as citações ao seu nome).

    Por ser rico, eleitores saem em sua defesa de Azambuja justamente por causa disso: "Ele não precisa roubar".

    Já Nelsinho Trad (PMDB) é oficialmente o candidato de Puccinelli, que pouco aparece em sua campanha.

    Médico, de sotaque interiorano, faz o tipo simples, de passo rápido e com muito a fazer. Ex-prefeito de Campo Grande, onde sucedeu Puccinelli, manteve o estilo obreiro e inaugurou mais de mil obras –que numerou em totens por toda a cidade.

    Nas últimas semanas, perdeu espaço para Azambuja, e passou a colar sua imagem na de Marina Silva (PSB). Nas ruas, seus cabos eleitorais intercalam uma bandeira sua e uma de Marina. "Ela é um fenômeno", diz Nelsinho.

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