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    'Sem mobilização, não terei força para nada', diz Zé Maria do PSTU

    LÍGIA MESQUITA
    DE SÃO PAULO

    20/09/2014 02h00

    O metalúrgico José Maria de Almeida, 56, o Zé Maria (PSTU), concorre à Presidência pela quarta vez.

    O candidato, que foi um dos fundadores do PT, tem como uma de suas principais propostas o fim do pagamento da dívida pública do país.

    Ele reclama do tempo desigual de campanha na televisão entre os presidenciáveis. "Não tô dizendo que, se a população tivesse conhecimento da minha candidatura e das minhas ideias, votaria em mim. Tenho noção de que as nossas propostas são radicais e voltadas para um setor da classe trabalhadora", afirma ele.

    Raquel Cunha - 5.mai.2014/Folhapress
    Jose Maria, 56, candidato a presidencia pelo PSTU
    Jose Maria, 56, candidato a presidencia pelo PSTU

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    Folha - O sr. define como radicais suas propostas. Esse radicalismo não afasta o eleitor?

    Zé Maria – A defesa de um programa das mudanças de que o país precisa é um principio, Se eu digo pro cidadão que é preciso tomar o banco do banqueiro, a terra do agronegócio, acabar com o privilégio das multinacionais para que ele possa ter emprego digno, saúde, e chega outro e fala: "Basta votar em mim", ele não vai escolher a briga.
    Essa tem sido a realidade do sistema eleitoral do país. O problema é que a paciência das pessoas vai acabar.

    Por que o sr. propõe a suspensão do pagamento da dívida pública? Não é calote?
    Não é calote porque pagamos essa dívida. Se você tomar os dados do Banco Central e analisar o que entra de recursos no Brasil por empréstimos dos bancos, pagamento de exportações, se somar tudo e o que sai, qual a conclusão? Sai mais dinheiro do que entra. Quando a auditoria dos contratos da dívida for feita como está na Constituição, você verá que há razão para estatizar os bancos.

    Como seria o processo de estatização dos bancos no seu governo? Haveria indenização?
    Não, os bancos é que têm que indenizar o povo! O povo brasileiro trabalha para enriquecer os bancos.

    Terá força política para aprovar essa estatização?
    O governo que temos que construir vai estar baseado em outras instituições, não será pelo Congresso. Se você pegar o Congresso hoje, ele produz a mesma quantidade de bobagens que o Executivo. Quando um vota uma coisa boa. o outro derruba. Vamos nos basear na mobilização popular. É necessária força política pra fazê-la. Se o Zé Maria chegar à Presidência da República hoje sem ter um processo de mobilização popular, não vai fazer nada. Por que é sempre o banqueiro que tem que decidir as coisas?

    Por que o sr. propõe salário mínimo para os políticos?
    O Congresso votou um salário mínimo de R$ 724. Se os parlamentares votaram isso para o povo, devem achar que dá para viver e cuidar de uma família. Então, eles deveriam ganhar isso também. O deputado tem que ganhar o salário médio de um operário da sociedade. Por que ganhar mais que um professor?

    O sr. é a favor da legalização das drogas?
    Sim. A política de combate às drogas que foi adotada no nosso país é apoiada no crescimento da violência da polícia e da penalização do consumo. A ilegalidade da droga dá para o crime organizado um poder econômico muito grande. Isso é usado para o crime organizado se armar e corromper a própria polícia e as autoridades.
    E onde está o dinheiro do tráfico? Não está debaixo de um colchão em um barraco de favela. Está sendo lavado pelos bancos.

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