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    Petrobras e IBGE são instituições que estão sendo 'depreciadas', diz Marina

    FABIANO MAISONNAVE
    ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS

    20/09/2014 17h28

    A candidata à Presidência Marina Silva (PSB) afirmou, neste sábado (20), que o IBGE e a Petrobras são instituições que vêm sendo "completamente depreciadas" por "maus gestores" indicados pelo governo da presidente Dilma Rousseff, que busca a reeleição.

    "Infelizmente, instituições que eram respeitadas estão sendo completamente depreciadas no atual governo. É o que aconteceu com a Petrobras", disse, durante entrevista coletiva em Campinas, onde participou de um ato de campanha organizado pelo PSB.

    A Petrobras está sob investigação do Ministério Público e da Polícia Federal por suspeita de abrigar um grande esquema de desvios montado durante os governos Lula e Dilma, envolvendo ex-diretores nomeados pelo PT e políticos da base governista.

    "A mesma coisa está acontecendo com o IBGE, uma instituição importante para o planejamento, para o desenvolvimento de políticas para o nosso país que tem pessoas dedicadas, comprometidas, éticas, mas que, infelizmente, por má gestão, estão submetidas a esse tipo de situação", disse Marina.

    A candidata, no entanto, não quis criticar diretamente o erro cometido pelo IBGE na recente divulgação de dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Informações como a distribuição de rendimentos de trabalho tiveram de ser retificados. "Não sou de fazer pré-julgamentos. Não faço com os meus adversários aquilo que eles têm feito comigo."

    REFORMA TRIBUTÁRIA

    Questionada sobre a sua proposta de reforma tributária, Marina negou que o seu eventual governo proporá o Imposto sobre Grandes Fortunas. Na quinta-feira, o economista José Antonio Sant'ana, ligado ao PSB, disse que o tema está sendo discutido internamente pela campanha.

    "Nós estamos propondo fazer uma reforma tributária. Nela, vamos debater os diferentes temas que a sociedade está debatendo, mas não apresentamos essa proposta", afirmou. Ela disse que, numa eventual reforma, se baseará "no princípio da simplificação, da justiça tributária e da transparência".

    Antes de aceitar perguntas, Marina falou de suas propostas para a área científica. Prometeu ampliar os recursos no setor de 1,1% para 2% do PIB e "aperfeiçoar" o programa Ciência sem Fronteiras, que distribuiu bolsas universitárias para estudar no exterior.

    "Queremos aumentar os cursos de pós-graduação, a tecnologia, a inovação, a pesquisa e, principalmente, a inovação, fundamental para o desenvolvimento econômico e social."

    VICE EM CAMPINAS

    O candidato a vice na chapa de Marina, Beto Albuquerque, também esteve em Campinas, para participar do 3º Fórum Nacional de Agronegócios. No discurso, tentou diminuir a resistência do setor à ex-ministra do Meio Ambiente, falando em "premiar a meritocracia sobre a produtividade no campo".

    Questionada sobre a fala de Albuquerque, Marina disse que a sua proposta sobre o agronegócio não foi mudada e se baseia em "três eixos: ordenamento territorial e fundiário, combate às práticas ilegais e apoio ao desenvolvimento sustentável".

    "Devemos aumentar a produção por ganho de produtividade. Isso requer tecnologia, inovação, infraestrutura logística", completou.

    Após a entrevista coletiva, Marina fez um discurso de cerca de 20 minutos para um público formado principalmente por algumas centenas militantes do PSB – cidade é governada pelo partido. O evento ocorreu no salão da Casa de Portugal.

    Ao público, pediu que fizessem a campanha "face a face e 'face' a 'face', um trocadilho com o nome do Facebook. O objetivo é "esclarecer as mentiras nas redes sociais", em alusão à campanha do PT, que tem vinculado Marina a propostas como o fim do Bolsa Escola e de benefícios trabalhistas, o que ela vem negando reiteradas vezes.

    Antes, em discurso, o prefeito campineiro, Jonas Donizette, ao elogiar a candidata, disse: "Fico imaginando a Marina, pele negra, com um jeito assim meio de colares indígenas da floresta, fico imaginando essa mulher visitando a Inglaterra, a Índia, representando o Brasil."

    Ao terminar, recitou a letra de uma música da dupla sertaneja Tião Carreiro e Pardinho, em referência aos ataques do PT: "Mentira tem perna curta/tão longe, ela não vai/a verdade quando chega/a mentira se desfaz."

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