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    Em campanha no Norte, Marina evoca discurso de 'filha da terra'

    LUCAS REIS
    DE MANAUS

    22/09/2014 00h42

    Candidata à Presidência pelo PSB, Marina evocou o título de "filha do Norte" durante comício realizado em Manaus, na noite deste domingo (21), com cerca de 2.000 pessoas. Foi a primeira agenda de campanha na região da ex-senadora, que nasceu no Acre.

    "Por favor, por favor, eu gostaria muito que a gente tivesse uma votação muito maior do que a de 2010, para que o Norte possa dizer ao Brasil: 'nós [do Norte] vamos dar uma mulher negra, seringueira, professora, para ser presidente da República Federativa do Brasil", disse Marina, ao encerrar seu inflamado discurso.

    A ex-ministra lembrou que morou em Manaus nos anos 1960, e citou de episódios de sua infância na cidade. Antes, assistiu a um vídeo gravado pelo poeta amazonense Thiago de Mello, que a apóia formalmente.

    Também brincou, ao dizer que sente falta do calor amazônico, além de reforçar apoio aos candidatos locais do PSB, Marcelo Ramos, pelo governo do Estado, e Marcelo Serafim, que disputa uma vaga no Senado.

    Em 2010, quando disputou sua primeira eleição presidencial, Marina teve quase 20 milhões de votos no país, mas foi apenas a terceira colocada em cinco dos sete Estados do Norte, incluindo o próprio Acre.

    Segundo última pesquisa Datafolha, divulgada na sexta (19), Marina sofreu queda nas intenções de voto no Norte, de 32% para 28%.

    Dilma, por outro lado, lidera no Norte com 49%, onde tem seu maior índice por região, empatado com o Nordeste.

    DEZ A DEZ

    Além do apelo pelo voto da região, Marina criticou novamente boatos sobre sua campanha. Afirmou diversas vezes que não pretende acabar com o Bolsa Família e outros programas sociais, e declarou que tem medo dos planos de Dilma Rousseff numa eventual reeleição.

    "É engraçado, nossa presidente Dilma diz que não vai apresentar um programa de governo porque quer continuar fazendo as mesmas coisas. Eu fico com medo das mesmas coisas, as mesmas coisas que podem continuar entregando a Petrobras para pessoas que estão acabando com a Petrobras. A mesma coisa significa continuar com uma educação em que 18% dos jovens de 15 a 20 anos são analfabetos funcionais", disse.

    Marina também voltou a falar sobre o pouco tempo de seu programa de TV. "Vamos para o segundo turno, e no segundo turno vai ser diferente. Vai ser dez a dez [minutos]. São dez para Dilma, dez para Marina. Aí sim nós vamos ter tempo para mostrar a onda verde e amarela que tomou conta do Brasil."

    "A Velha República está tremendo de medo. Não é medo da Marina, é medo da decisão, da coragem, do compromisso com o povo brasileiro", disse a pessebista.

    Vice de Eduardo Campos (1965-2014), Marina assumiu a vaga do ex-governador de Pernambuco em agosto.

    Campos costumava chamar de "velha política" o grupo de políticos que está no poder no Brasil. Chamava-os de "coronéis", em especial nomes do PMDB –partido da base de Dilma–, como os senadores José Sarney, do Amapá, e Renan Calheiros, de Alagoas.

    Uma das características da Velha República (1889-1930) é a presença marcante dos "coronéis" na política brasileira do período.

    Marina iniciou sua agenda em Manaus no início da tarde, quando visitou o Musa (Museu da Amazônia) e apresentou um ato público de responsabilidade no enfrentamento das mudanças climáticas. Durante a visita, ela criticou a política ambiental do governo federal e afirmou que não pretende contra-atacar seus oponentes.

    Não há previsão de novas visitas ao Norte até o primeiro turno.

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