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    Secretário do Ministério da Justiça grava para adversário de Lobão Filho no MA

    DIOGENES CAMPANHA
    DE SÃO PAULO

    25/09/2014 20h48

    Um funcionário do primeiro escalão do Ministério da Justiça gravou um vídeo de apoio ao candidato do PC do B ao governo do Maranhão, Flávio Dino.

    Em depoimento exibido no programa eleitoral na noite desta quarta-feira (24), o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, foi apresentado como representante do governo de Dilma Rousseff e disse que "toda a equipe" do órgão que comanda conhece o trabalho do candidato.

    Dino é adversário do nome apoiado pelo PT no Estado, Edison Lobão Filho (PMDB), filho do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

    O apoio de Abrão foi exibido pela campanha do PC do B como resposta à veiculação de um vídeo em que um detento do presídio de Pedrinhas acusava Dino de ser o mandante de um assalto a banco no campus da Universidade Estadual do Maranhão.

    O detento que aparece nas imagens afirmou na terça-feira (23) que recebeu ofertas de dinheiro e de regalias na cadeia para fazer as acusações –veiculadas em emissoras e sites ligados a Lobão Filho e à família Sarney– contra o candidato comunista.

    No programa eleitoral desta quarta, o depoimento de Abrão serviu como um complemento da defesa de Dino, que afirmou que "falsificar vídeo é coisa de criminoso".

    "Não acredite em mentiras que sempre surgem numa hora dessas. Eu faço parte do Ministério da Justiça e é com essa responsabilidade que eu digo: você pode confiar em Flávio Dino. Ele será um grande governador", disse o secretário. Na gravação, ele discursava diante de um fundo branco.

    A coligação de Lobão Filho acusa Abrão de ter usado as dependências do Ministério da Justiça para a gravação, infringindo a Lei Eleitoral.

    A legislação veda o uso de "bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União" em benefício de candidatos e proíbe que agentes públicos façam campanha no horário do expediente, a menos que estejam licenciados de seus cargos.

    Tanto Abrão como a campanha de Dino negaram que tenham sido usadas dependências do ministério. Afirmam que a gravação foi feita no estúdio de uma produtora contratada pelo PC do B, em Brasília.

    Segundo Márcio Jerry Barroso, coordenador da coligação de Flávio Dino, "a suposição" da utilização indevida de espaço público foi causada por um "erro" da equipe responsável pelo programa eleitoral.

    Um editor teria inserido a figura de um brasão da República atrás de Abrão, substituindo o fundo branco, em uma versão do vídeo publicada na internet antes de sua exibição na TV e que acabou retirada do ar.

    O Ministério da Justiça, por meio de nota, disse que Paulo Abrão pediu que o vídeo fosse retirado do site de Dino por ter discordado da edição, "de responsabilidade exclusiva da campanha do candidato".

    Ainda segundo a pasta, ele também "vedou sua utilização no programa televisivo".

    AÇÃO DO PMDB

    A coligação de Lobão Filho divulgou que ingressou com uma ação de investigação eleitoral e uma representação contra Paulo Abrão por ter declarado apoio a Dino "nas dependências do órgão e sob o título de sua função oficial". Ingressou também com ação contra o candidato, que teria se beneficiado da suposta conduta proibida.

    Na nota do Ministério da Justiça, Abrão afirmou que seu depoimento foi dado "em caráter pessoal".

    Segundo a mesma linha, o coordenador de Dino comparou a participação aos depoimentos de ministros e da presidente Dilma Rousseff exibidos pelas duas campanhas.

    "A Ideli Salvatti [ministra da Secretaria de Direitos Humanos] gravou para o Lobão, a presidente gravou pro Gastão Vieira [candidato do PMDB ao Senado] e, para a nossa candidatura, gravaram o ministro Aldo Rebelo [Esporte] e o Paulo Abrão", afirmou Márcio Jerry.

    Sobre o fato de o secretário ter feito várias menções ao cargo no ministério para endossar a defesa de Dino, o coordenador diz que "foi mais uma força de expressão, para dizer que ele falava com conhecimento de causa".

    Já a campanha de Lobão Filho tenta ligar o depoimento à ação da Polícia Federal, na noite desta quarta (24), no avião que transportaria o candidato peemedebista, revistado no aeroporto de Imperatriz (MA).

    Em nota, sua coligação afirma que a declaração do secretário em favor de Dino foi dada "horas antes da malfadada operação dos agentes federais, subordinados ao Ministério da Justiça".

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