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    Bolsa cai e dólar sobe com alta de Dilma

    DAVID FRIEDLANDER
    ERICA FRAGA
    MARIANA CARNEIRO
    DE SÃO PAULO

    30/09/2014 02h00

    O susto do mercado financeiro com o avanço da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, nas últimas pesquisas derrubou a Bolsa de Valores e fez o dólar subir nesta segunda (29).

    O mercado de ações caiu mais de 4% –a maior baixa num único dia em três anos. O dólar subiu mais de 1%. Do início do mês para cá, saltou de R$ 2,20 para R$ 2,44, a maior cotação desde dezembro de 2008, no auge da crise financeira global.

    O pessimismo foi detonado por uma reviravolta na avaliação de investidores sobre o cenário eleitoral. Até a última sexta-feira, muitos acreditavam que Marina Silva (PSB) tinha boas chances de vencer num segundo turno.

    Pesquisa Datafolha de sexta-feira, mostrando que a vantagem de Dilma havia aumentado, jogou de um balde de água fria no mercado e provocou uma onda de adaptação das apostas ao novo cenário.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O mercado financeiro não gosta da gestão de Dilma na economia. Considera que sua política intervencionista provocou crescimento baixo com inflação elevada.

    "O país está com crescimento zero, inflação a 6% e a presidente diz que está tudo bem. Só podemos acreditar que não mudará nada num segundo mandato", diz o presidente de um banco estrangeiro no Brasil.

    Para investidores e analistas, a permanência de Dilma no cargo por mais quatro anos poderia significar a continuação deste cenário. Por isso, apostam, se ela for reeleita, as empresas e a moeda brasileira vão perder valor. Assim, a Bolsa cairia e o dólar subiria.

    Antecipando-se a esta expectativa, investidores já começaram a vender ações, prevendo que vão cair mais, e a aplicar em dólar.

    VIRADA

    Consultorias especializadas em tentar quantificar as chances de vitória dos candidatos pendiam para Marina Silva até sexta. O pêndulo voltou para Dilma nesta semana. Isso alimenta até apostas de que a petista poderia vencer já no primeiro turno.

    Com o quadro eleitoral mais disputado, os investimentos sofrem forte oscilação. A Petrobras, usada pelo governo para segurar o preço da gasolina e para incentivar a indústria nacional, é um dos alvos preferenciais da especulação no mercado.

    Na sexta, quando investidores achavam que Marina ia subir no Datafolha, o papel da estatal subiu mais de 5%. Depois da pesquisa, caiu 11%.

    O mesmo aconteceu com os preços de outras ações, do dólar e dos juros.

    Diante da rejeição a Dilma, o mercado passou a especular que ela poderia fazer um aceno indicando quem seria o substituto de Guido Mantega na Fazenda. Seria uma tentativa de acalmar os investidores, e o nome aventado foi o do empresário Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar.

    Dono da indústria têxtil Coteminas e candidato ao Senado pelo PMDB de Minas Gerais, Josué foi sondado no começo do ano por emissários da presidente. Queriam que ele assumisse o Desenvolvimento, mas o plano completo era que mais tarde fosse transferido para a Fazenda.

    "É especulação. Não acredito que a presidente tomaria qualquer decisão relativa ao ministério antes de eleita. Dilma é mineira e os mineiros não passam o carro na frente dos bois", disse Josué à Folha.

    Leia a coluna de Vinicius Torres Freire

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