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    Ex-diretor da Petrobras será solto nesta quarta-feira

    BRUNO BOGHOSSIAN
    DO PAINEL, EM BRASÍLIA

    30/09/2014 16h51

    O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa deixará a carceragem da Polícia Federal na quarta-feira (1º). Ele será levado à tarde de Curitiba, onde está preso desde o dia 11 de junho, para sua casa no Rio de Janeiro, onde ficará em prisão domiciliar.

    Preso na Operação Lava Jato, Paulo Roberto fechou um acordo de delação premiada com a Justiça Federal do Paraná. Ele contou o que sabia sobre um esquema corrupção e desvio de dinheiro de obras da Petrobras em troca de sua libertação.

    O ex-diretor da estatal será levado para o Rio em um jato da Polícia Federal. Em casa, ele usará uma tornozeleira eletrônica e será protegido por agentes da PF.

    Em nota, o juiz federal responsável pelo caso, Sergio Moro, afirmou que "o benefício em questão foi solicitado pelo Ministério Público Federal e pela Defesa diante de aparente colaboração do acusado com a Justiça criminal".

    O magistrado ainda explicou que "a colaboração premiada é um método de investigação moderno e especialmente valioso para elucidar crimes complexos, nos quais, por vezes, somente quem tem conhecimento dos detalhes da atividade criminal são os próprios agentes. As informações prestadas pelo colaborador ficam sempre sujeitas à verificação e à corroboração".

    Paulo Roberto foi preso pela segunda vez no dia 11 de junho, após as autoridades da Suíça informarem a Justiça brasileira que ele tinha contas com US$ 23 milhões naquele país.

    Costa havia sido preso inicialmente em 20 de março sob acusação de ocultar provas, mas foi liberado 59 dias depois por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.

    No final de agosto, Paulo Roberto fez acordo com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal para fazer delação premiada após saber que a PF poderia prender suas filhas. A Justiça havia autorizado operações de busca e apreensão em 13 empresas no Rio de Janeiro que pertencem a uma filha, um genro e um amigo de Costa.

    A DELAÇÃO

    Costa decidiu no fim de agosto revelar detalhes sobre subornos na Petrobras em troca de uma pena menor. Ele citou, segundo a revista "Veja", os nomes de 12 parlamentares que recebiam propina do esquema, entre os quais o do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-SP), e do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

    Todos negam com veemência que tivessem recebido recursos do doleiro.

    Editoria de Arte/Folhapress

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    PAULO ROBERTO COSTA
    Diretor de Abastecimento da Petrobras de 2004 a 2012, é suspeito de intermediar negócios entre a estatal e grandes fornecedores, recolhendo propina das empresas e distribuindo dinheiro a políticos

    Reprodução
    • A 1ª prisão Em 20.mar, Costa foi preso pela Polícia Federal por tentar ocultar documentos e provas que o incriminavam em esquema bilionário de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef (foto). Em 19.mai, ele foi solto por ordem do STF
    • Os indícios de propina A PF apreendeu na casa do ex-diretor uma tabela contendo nomes de empresas e executivos, com anotações que indicam possíveis pagamentos a campanhas eleitorais
    • Nova prisão Em 11.jun, Suíça bloqueou US$ 23 milhões em contas atribuídas ao ex-diretor e seus familiares. As contas estavam em nome de empresas estrangeiras sediadas em paraísos fiscais. Costa foi preso novamente
    • A delação O ex-diretor da Petrobras deu o nome de 12 senadores, 49 deputados federais e um governador –ligados ao PT, PMDB e PP– a quem ele teria repassado 3% do valor dos contratos da estatal
    • O acordo Em 22.ago, a PF cumpriu mandados em empresas ligadas ao ex-diretor. Costa aceitou fazer um acordo de delação premiada com o Ministério Público para atenuar sua pena

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