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    'Beijaço' contra declarações de Fidelix fecha a avenida Paulista

    LÍGIA MESQUITA
    DE SÃO PAULO

    30/09/2014 19h22

    Aos gritos de "Eu beijo homem, beijo mulher, tenho direito de beijar quem eu quiser" e "Ei, Levy, dar o c...é bom!", cerca de 400 pessoas, segundo a Polícia Militar, fecharam uma das pistas da avenida Paulista (região central de São Paulo) na noite desta terça-feira (30) para protestar contra os ataques contra homossexuais feitos por Levy Fidelix (PRTB).

    Segurando cartazes com dizeres como "Mais Amor, Menos Aerotrem", "Homofobia não é liberdade de expressão" e "Órgao Excretor é a sua boca, Levy", os manifestantes caminharam do Masp até a rua da Consolação pedindo que a homofobia seja considerada crime no Brasil e que o presidenciável do PRTB tenha sua candidatura impugnada.

    A manifestação chamada de "Beijaço" na convocação do Facebook acabou tendo mais discursos e gritos de guerra do que beijos em si.

    A drag queen Tchaka era a mais beijoqueira. "Hoje a comunidade LGBT para a avenida Paulista pra mostrar que um candidato não pode incitar o ódio na TV e ninguém fazer nada. Ele não pode fazer minha mãe chorar, minha filha chorar. Afinal, quem é Levy Fidelix na fila do pão?", disse ela à Folha.

    O economista belga Jonas Vets, 29, há três anos morando no Brasil, foi um dos únicos a seguir a proposta do beijaço.
    Ele e Walan Rodrigues,19, que trabalha como mensageiro, se conheceram no protesto e deram vários beijinhos. "O ara [Fidelix] falou que a coisa está feia na Paulista. A gente tem que mostrar é que aqui há amor, não importa se entre homem e mulher ou entre pessoas do mesmo sexo", disse Vets.

    A estudante Maria Eduarda, 15, ainda não vota, mas achou que era seu "dever como ser humano" protestar. "A população não vai diminuir por causa dos gays como o Fidelix falou. As pessoas têm que ter o poder sobre seu corpo", disse ela, enquanto terminava de pintar o cartaz "A b... é minha e eu dou pra quem quiser".

    APOIO A FIDELIX

    Parado no canteiro central da Paulista, de terno e gravata, o assistente jurídico William Santos, 28, observava de longe a manifestação e defendia a liberdade de expressão para Fidelix.

    "Eu penso igual a ele e apoio totalmente. Muitas pessoas pensam igual e não falam por causa de represálias. A própria Marina é contra casamento gay", afirmou.

    "Se eles [gays] têm direito de expressar que gostam de homem, de mulher do mesmo gênero, podemos expressar que somos contra. Existem princípios como o da família que devem ser seguidos", afirmou.

    Para ele, não é "possível" o convívio entre heterossexuais e homossexuais. "Vai chegar um tempo que apoiar esse negócio de homossexualidade, de relação homoafetiva, não vai mais ter criança, as pessoas não vão mais ter referência do que é ser homem e ser mulher. Tá complicado."

    Antes que Santos terminasse sua fala, um dos ativistas LGBT presentes, o candidato a deputado federal Bill Santos (PSOL-SP), foi tomar satisfação com ele, avisado por um outro ativista que escutava a entrevista.

    "Não é possível num momento como esse você vir aqui defender o Levy Fidelix, ele nos agrediu. Você acha que é opinião esculhambar com a gente? Dizer que nós somos pedófilos? Toma cuidado com o que você fala", disse Bill.

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