Em desvantagem nas pesquisas, o candidato do PMDB ao governo do Maranhão, Lobão Filho, usou o último dia de campanha eleitoral na TV para fazer acusações ao líder da disputa, Flávio Dino (PC do B).

O filho do ministro Edison Lobão (Minas e Energia) procurou associar o rival aos ataques a carros e ônibus ocorridos em São Luís na semana passada, quando 17 veículos foram incendiados em três dias na capital maranhense.

Lobão Filho, que apoia o governo de Roseana Sarney (PMDB), afirmou que os ataques cessaram após a divulgação de um vídeo em que um detento do presídio de Pedrinhas citava o oposicionista Dino como mandante de um assalto a banco.

O preso, no entanto, afirmou depois à Polícia Civil que recebeu ofertas de dinheiro e regalias na cadeia para fazer falsas acusações contra o candidato do PC do B. Mesmo assim, o episódio foi citado por Lobão Filho no programa eleitoral.

"Depois da divulgação do vídeo na internet, acabaram os incêndios aos ônibus, os tiros contra prédios públicos pararam, os atentados contra as lojas da cidade também pararam. E eu te pergunto: foi apenas uma coincidência o surgimento dos vídeos e a volta da paz na nossa cidade? Eu não acredito", disse o peemedebista.

Houve, contudo, novos ataques a ônibus em São Luís na manhã desta quarta (1º) –ao menos dois veículos foram incendiados.

Lobão Filho também associou Dino a "agiotas" e afirmou que ligações telefônicas estariam sendo feitas a cidadãos do Maranhão com acusações contra ele.

Na noite desta terça (30), ao participar de debate entre os candidatos, o peemedebista disse várias vezes que apresentaria um programa "muito importante" no último dia de campanha na TV. Sua campanha também exibe inserções com mensagens como "Flávio Dino é um perigo para a sociedade" e "Quem vota em Flávio Dino vota contra o Maranhão".

PESQUISAS

Segundo pesquisa Ibope divulgada no último dia 20, Dino tem 48% das intenções de voto, contra 27% de Lobão Filho.

Os números indicam a possibilidade de o candidato comunista vencer a eleição no primeiro turno, interrompendo um ciclo de quase cinco décadas de predomínio do grupo político do senador José Sarney (PMDB-AP) no Estado.

O candidato do PC do B abriu seu programa com uma alegoria. Com imagens de um ator desfilando com uma coroa em frente ao Palácio dos Leões, sede do governo do Maranhão, afirmou que o Estado foi transformado em uma "monarquia", em que o rei (Sarney) passou o poder para a filha (Roseana).

"Agora o filho do outro vem e quer virar rei também", dizia o texto, em referência a Lobão Filho.

O programa também fez um balanço de promessas apresentadas na campanha e comemorou o resultado de pesquisas eleitorais.