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    Aécio pede que Minas evite receber 'petistas derrotados' de outros Estados

    ADRIANO BARCELOS
    ENVIADO ESPECIAL A JUIZ DE FORA (MG)

    01/10/2014 19h30

    Na reta final de sua campanha no primeiro turno, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, visitou a cidade de Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, e fez força para impulsionar o seu candidato ao governo do Estado, Pimenta da Veiga (PSDB).

    O argumento usado por Aécio para convencer seus conterrâneos a votarem no PSDB é de que, em caso de vitória de Fernando Pimentel (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto, petistas derrotados em outras praças e no governo federal –em caso de vitória dele– vão tomar os cargos no poder público de Minas Gerais. Ele menciona especialmente duas estatais, a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) e a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) e diz que a vitória do PT pode reproduzir no estado o aparelhamento que julga ter havido na Petrobras.

    "Não posso crer que aquilo que vem acontecendo na Petrobras, os mineiros queiram que aconteça na Cemig ou na Copasa. Vou lutar para que aquilo que o Brasil inteiro rejeita, que são governos do PT mal avaliados, venham a ter espaço aqui em Minas. Não quero que Minas seja o destino de petistas derrotados em outras regiões do país", afirmou o tucano, em entrevista concedida no aeroporto de Juiz de Fora (MG).

    Aécio disse que vai rever a política de subsídios do governo federal, se eleito. Ele afirmou ainda que o BNDES está sendo usado politicamente pela gestão de Dilma Rousseff (PT).

    "Subsídios são aqueles que trazem resultado para a economia. Não podemos permitir que o BNDES tenha recursos distribuídos entre meia dúzia de amigos do rei ou da rainha. Quero juros do BNDES para o conjunto da economia", disse.

    CORREIOS

    O candidato mencionou ainda que pedirá investigação sobre suspeitas de que os Correios tenham prejudicado a campanha tucana em Minas Gerais deliberadamente ao não entregar correspondências de propaganda política do partido aos eleitores do Estado. A denúncia, baseada em um vídeo em que o deputado Durval Ângelo (PT-MG) aparece dizendo que o crescimento de Dilma nas pesquisas em Minas "tem o dedo forte do PT nos Correios", foi publicado pelo jornal "O Estado de S.Paulo".

    "Nos deixa indignados a utilização de uma empresa centenária como os Correios brasileiros na campanha eleitoral dos nossos adversários. As denúncias se agravam quando recebemos informações nas últimas 24 horas de que inúmeras correspondências da nossa campanha que permitiriam levar informações aos eleitores mineiros não chegaram ao seu destino", e concluiu:

    "Estamos entrando então em uma investigação criminal no TRE, uma denúncia de abuso de poder político junto ao TSE para que isso seja investigado a fundo. Não basta fazerem o que fizeram com a Petrobras e outras empresas. Essa forma do PT de governar se apropriando do Estado como se fosse seu patrimônio tem que ser encerrada e os responsáveis, punidos. O PT atenta contra a democracia".

    CARREATA E FOGUETÓRIO

    Assim que saiu da área de embarque do aeroporto, Aécio foi recepcionado por centenas de cabos eleitorais e candidatos do PSDB, como o ex-jogador de vôlei Giovane Gavio, que concorre a deputado federal. Além de Pimenta da Veiga (PSDB), o candidato ao Senado Antonio Anastasia (PSDB) também acompanhou Aécio em uma carreata na área central de Juiz de Fora.

    Correligionários prepararam foguetórios em vários pontos da área central e receberam o candidato para uma caminhada pelo calçadão da rua Halfeld, um dos principais pontos do centro da cidade, umas das maiores do Estado. O tucano caminhou por cerca de 15 minutos pelo calçadão entre bandeiras, um pequeno grupo de percussão e militantes. Abanou para os eleitores e pediu votos em um pequeno discurso, de cinco minutos, improvisado sobre um caminhão ao final do calçadão.

    No discurso improvisado, Aécio repetiu o sentimento de que a "virada já começou" e de que estará no segundo turno, com a ajuda dos mineiros. Lembrou que o último mineiro eleito presidente foi Juscelino Kubitschek (presidente entre 1956-1961) e que Itamar Franco, que era vice de Fernando Collor, acabou sendo decisivo para a estabilização da economia e a derrocada da inflação com o Plano Real. Aécio aproveitou ainda a presença de um grupo de cerca de 50 estudantes de medicina e enfermagem de universidades da Zona da Mata, que foram ao ato político vestidos de branco para apoiar Aécio.

    "Quero reafirmar meu compromisso com os médicos brasileiros", disse Aécio, que teve sua voz abafada pelo grupo de jalecos e roupas brancas.

    Um dos futuros médicos presentes é João Júnior, de 23 anos, um dos integrantes do grupo que reuniu alunos da Suprema (Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora) e da UNIPAC. A questão do programa Mais Médicos, claro, mobilizou os futuros profissionais de saúde a apoiar o tucano.

    "O PT é muito ruim para a classe médica. Temos de tentar outro candidato para ver se muda. Olha só essa questão dos médicos cubanos", comentou Júnior.

    De Juiz de Fora, Aécio teria agenda de campanha ainda em Governador Valadares (MG) e, na quinta-feira (2), participará do debate da TV Globo, no Rio.

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