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    Candidato do PCB defende democracia direta por meio de revolução

    GABRIELA TERENZI
    DE SÃO PAULO

    03/10/2014 16h39

    Danilo Verpa - 10.set.2014/Folhapress
    Wagner Farias concede entrevista na sede do PCB em São Paulo
    Wagner Farias concede entrevista na sede do PCB em São Paulo

    Nascido em Caruaru (PE), Wagner Farias, candidato do PCB ao governo paulista, é defensor da democracia direta. Para ele, o voto pode ajudar na transformação do Estado, mas uma mudança real só é possível com revolução.

    *

    Folha - O PCB defende o fim do capitalismo e a construção de um Estado socialista. Uma transformação desse tipo é possível por meio do voto?
    Wagner Farias - O voto tem um papel nesse processo. Mas nenhum tipo de alteração das estruturas se dá simplesmente pela sua canalização. Uma reforma desse tamanho precisaria vir com uma revolução e com mecanismos de mediação disso.

    Qual seria sua primeira medida em um eventual governo?
    A implementação da participação direta nas decisões do Estado.

    Como se daria a organização desse poder social?
    Conselhos de poder popular. Cada uma das áreas de direitos básicos à população deve ter a participação direta de conselhos: de educação, de segurança, etc. Esses conselhos não devem ser apenas consultivos, mas devem ter condições de participar diretamente de todas as decisões.

    Qual seria o papel do governador no sistema de assembleias populares?
    Os planejamentos viriam centralizados através do governo, mas repercutiriam na sociedade antes da implementação.

    Qual a principal diferença entra a sua candidatura e outras de esquerda, como a do PSOL e a do PCO?
    Em relação ao PCO, temos problemas em relação a propostas de lutas concretas pra vida cotidiana. Em relação à Frente de Esquerda [PSOL e PSTU], temos divergência em relação à expectativa que se faz de transformações dentro da institucionalidade. Não acreditamos em nenhuma reforma, no sentido de maquiagem das estruturas.

    Até agora, o sr. não registrou nenhuma receita ou despesa na prestação de contas eleitorais. Como faz sua campanha?
    Recebemos doações da militância do partido na última semana, que devem entrar na próxima prestação. Fora isso, não alteramos os gastos cotidianos. Continuo usando o meu bilhete de metrô para as atividades políticas. Sequer utilizamos o fundo partidário para campanhas eleitorais.

    Como o senhor solucionaria a problema da falta de água no Estado no curto prazo?
    Primeiro, a reestatização da Sabesp. Segundo, implementar imediatamente um racionamento que não esconda da população o problema que vivemos.

    Qual seria sua prioridade na questão da saúde?
    Uma profunda auditoria nas contas das OS (Organizações Sociais), que praticam o chamado sistema de dupla porta. É o céu e o inferno. Defendemos a reestatização de todo o sistema para que ele atenda as pessoas apenas de maneira gratuita. A lógica do lucro tem que ser revertida para a lógica do ser humano. 'Desmercantilizar' a vida.

    Mas as OS não são uma forma de permitir a participação social na política?
    Elas podem participar, mas nos conselhos. A gestão do dinheiro estaria sempre com o Estado.

    E como evitar a corrupção desse Estado?
    Hoje, o Tribunal de Contas exerce uma participação significativa desse controle, mas quem controla o Tribunal de Contas? Quem acompanha os balancetes desse processo? Pouquíssimos setores da sociedade se interessam. O controle da corrupção deve se dar pela própria população.

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