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    Lula responsabiliza PT por provável derrota de Padilha

    MÁRCIO FALCÃO
    DE SÃO PAULO

    04/10/2014 14h56

    Principal cabo eleitoral do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou indiretamente o partido pelas dificuldades enfrentadas por seu afilhado político, Alexandre Padilha, na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes.

    Após comandar um desfile em carro aberto ao lado de Padilha e provocar tumulto ao desembarcar para caminhar pelas ruas de São Bernardo do Campo, o ex-presidente cobrou que o PT volte às ruas e faça uma oposição mais atuante ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), que busca a reeleição.

    "Acho que essa eleição é uma coisa fantástica. Acho que o companheiro Padilha, marinheiro de primeira viagem em uma campanha majoritária, sabe que o partido tem que trabalhar muito mais. O partido precisa voltar a ocupar as ruas desse país como sempre fizemos. O lugar do PT não é no gabinete, o lugar do PT é na rua, conversando com o povo, politizando com a sociedade, discutindo os problemas bons e mais com a sociedade", afirmou.

    No início de setembro, Lula reuniu a cúpula do partido em São Paulo e, diante da militância, cobrou empenho na campanha de Padilha e na reeleição da presidente Dilma Rousseff, que enfrenta alta rejeição no Estado que é o maior colégio eleitoral do país.

    A bronca pública movimentou líderes do partido que começaram a se dividir especialmente pela região metropolitana da capital em atos nos fins de semana para tentar dar fôlego às candidaturas petistas.

    No ato deste sábado, no entanto, Lula e Padilha foram acompanhados pelo senador Eduardo Suplicy, que tenta a reeleição, e pelo prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho. Ministros considerados puxadores de votos, como a ministra Marta Suplicy (Cultura) não compareceram. O ex-presidente, inclusive, encerrou neste sábado uma maratona de 12 eventos em seis dias, principalmente pela periferia do Estado, apresentando Padilha e defendendo a reeleição de Dilma.

    Lula repetiu ainda o roteiro de críticas a Alckmin disparado ao longo da campanha, mas também atacou a postura apagada da Assembleia Legislativa. Ele indicou que falta oposição ao tucano.

    "São Paulo é um Estado sui generis. Quem faz política em São Paulo sabe que qualquer governador é uma personalidade importante do Estado e qualquer Assembleia Legislativa é muito importante em qualquer Estado. Em São Paulo, não. Em São Paulo, a Câmara de Vereadores tem mais jornalista cobrindo do que assembleia", afirmou.

    "O Alckmin é uma figura, do ponto de vista político, exótica. Nada é da responsabilidade dele, tudo que acontece de bom, ele aparece dando um pitaquinho. Tudo que é de ruim ele joga a culpa nos outros. Eu acho que nós precisamos ter em conta que nós precisamos ser mais duros no combate à política aqui em São Paulo, fazer mais a política cotidiana para enfrentar", afirmou.

    Ele atacou o uso do volume morto do sistema Cantareira para tentar amenizar a crise de abastecimento e a falta de obras para garantir água aos paulistas.

    "Não é possível que um cidadão vá anunciar a retirada da água, do volume morto, foi fazer a exumação do volume morto e dá impressão que é uma inauguração",provocou.

    ERROS

    Apesar da autocrítica, Lula disse acreditar que o PT pode surpreender nas urnas e levar Padilha ao segundo turno. A expectativa no partido é que ele faça entre 70% e 80% dos votos da presidente Dilma no Estado, maior colégio eleitoral do país.

    Lula definiu São Paulo como a principal aposta das disputas estaduais. Escolheu Padilha seguindo o modelo de sua sucessão com a presidente e do prefeito Fernando Haddad, pegando um ministro técnico, sem capital político para disputar um cargo relevante.

    Padilha chega neste domingo às urnas na terceira colocação das pesquisas de intenção de votos.

    Nos bastidores, aliados, inclusive, começaram apontar problemas na campanha, como o discurso engessado e voltado para a classe C, a imagem tucanizada, o desgaste pelas prisões do mensalão e a suspeita de envolvimento de integrante do partido com a facção criminosa PCC, além do estilo "paz e amor" e falha na costura das alianças. Ações que acabaram impedindo o petista de se apresentar como uma alternativa para o eleitor paulista.

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