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    Pimentel lidera em MG, mas tucano ensaia reação, mostra Datafolha

    PAULO PEIXOTO
    DE BELO HORIZONTE
    FERNANDA ODILLA
    ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE

    04/10/2014 18h00

    O candidato do PT ao governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel, 63, poderá encerrar neste domingo (5) um período de 12 anos de poder no Estado do grupo político de Aécio Neves (PSDB).

    Pesquisa Datafolha feita em parceria com a TV Globo e encerrada neste sábado (4) indica a vitória, já no primeiro turno, de Pimentel sobre o tucano Pimenta da Veiga, 67, que, contudo, esboça reação na reta final da campanha.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Se a eleição fosse hoje (4), o candidato do PT seria eleito com 54% dos votos válidos, contra 37% do seu principal concorrente do PSDB –a margem de erro da pesquisa é de dois pontos, para mais ou para menos.

    A diferença entre os dois, que era de 23 pontos na pesquisa anterior, de quarta (1) e quinta-feira (2), caiu para 17 pontos agora –Pimentel oscilou três pontos para baixo, e Pimenta, três para cima. A redução da margem ocorre no momento em que o presidenciável tucano, Aécio Neves, também intensificou sua campanha ao Planalto em Minas Gerais.

    Na simulação de segundo turno, o petista venceria com 60% dos votos válidos, ante 40% do tucano.

    Joel Silva/Folhapress
    A presidente da República e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), e o candidato ao governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT)
    A candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), e o candidato ao governo de Minas Fernando Pimentel (PT)

    SÍMBOLO TUCANO

    A vitória petista agora, caso ocorra, terá um peso importante para a presidente Dilma Rousseff no eventual segundo turno da disputa presidencial, já que Minas é o segundo colégio eleitoral do país (10,5% do eleitorado).

    Se Aécio se credenciar nas urnas para a disputa contra Dilma, esse resultado pode amenizar a importante derrota dele na cena regional e manter ativos a militância e os aliados do PSDB.

    Caso contrário, será uma dupla derrota de Aécio logo no primeiro turno.

    A campanha de Pimenta da Veiga ao governo de Minas foi totalmente vinculada à de Aécio, que, por sua vez, não conseguiu transferir seu prestígio para o amigo.

    A escolha de Pimenta foi opção pessoal de Aécio, apesar de o ex-prefeito de BH ter passado os últimos dez anos longe da política mineira.

    O PSDB realizou uma campanha totalmente anti-PT no último mês, já com Andréa Neves, irmã de Aécio, no comando da comunicação.

    O marqueteiro mineiro Cacá Moreno sucumbiu à influência de Andréa na propaganda, mas nem isso mudou o quadro, que se mostrou difícil para os tucanos desde o começo da campanha.

    Nos bastidores, a ordem no último mês era manter a militância ativa por causa da campanha de Aécio, já que poucos acreditavam na reviravolta regional.

    BOA IMAGEM

    Pimentel fez uma campanha pautada na boa imagem que conquistou como prefeito de BH (2004 a 2008). Foi dele a decisão de buscar um marqueteiro que não conhecia pessoalmente, mas sobre quem tinha tido boas referências. Era um profissional que entendia um pouco o pensamento de Aécio.

    O jornalista e publicitário Chico Mendez foi um dos marqueteiros que trabalharam para o PSDB nacional já com Aécio no comando do partido. Foi sócio do marqueteiro Renato Pereira, com quem o tucano rompeu na pré-campanha.

    A campanha do PT foi realizada sem críticas a Aécio, por causa da popularidade do tucano, mas também quase sem a presença de Dilma. Até o vermelho do PT ele substituiu pelo azul.

    Se confirmada a eleição, será, na visão política de Pimentel, uma "derrota histórica" do grupo de Aécio.

    INVESTIMENTO

    Administrativamente, Pimentel terá pela frente um Estado com equilíbrio fiscal, mas com pouca opção de manobra orçamentária e dívida com a União em R$ 71,5 bilhões (valores de agosto).

    O Estado gasta 13% da sua receita corrente líquida para abater essa dívida. Isso representa desembolso anual de cerca de R$ 4,5 bilhões –equivale a 57% dos investimentos previstos pela administração direta em 2014.
    Apesar disso, Pimentel fez a campanha com muitas promessas de melhorar as condições salariais dos servidores públicos e aumentar em 12 mil o número de policiais –é todo o efetivo da Polícia Civil e 28% do efetivo da Polícia Militar.

    Na campanha, o petista sempre focou nas diretrizes de governo e evitou lançar um plano escrito com detalhes de suas promessas.

    SENADO

    Líder durante toda a campanha, o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) deverá ser eleito para o Senado. Segundo o Datafolha, o tucano tem 63% dos votos válidos, ante 30% do empresário Josué Alencar (PMDB), filho do ex-vice-presidente da República José Alencar (1931-2011).

    O Datafolha ouviu 2.325 eleitores em 70 cidades de Minas. O levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral com os números MG-00196/2014 e BR-01037/2014.

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