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    Manifestantes protestam na porta da casa de Levy Fidelix

    LIGIA MESQUITA
    DE SÃO PAULO

    04/10/2014 17h14

    Deitados no chão vestidos com sacos pretos para representar as vítimas de crimes com motivação homofóbica, representantes de diversos movimentos LGBTs protestaram em frente à casa do presidenciável Levy Fidelix (PRTB) na tarde deste sábado (2), em São Paulo. As cerca de cem pessoas presentes no ato fizeram um minuto de silêncio por todos que morreram neste ano no Brasil por causa de sua orientação sexual. Depois, alguns casais de homens e mulheres se beijaram no portão do edifício Campobello Island.

    "Paixão, tesão, sexo e amor, ninguém vai regular meu sistema excretor!", gritavam os manifestantes que foram pedir punições às declarações contra homossexuais do candidato à Presidência no debate da Record, no domingo passado (28). Naquela ocasião, Fidelix afirmou, entre outras coisas, que "sistema excretor não reproduz".

    Um dos organizadores do protesto, Rubem Brandão, contou que a escolha do local foi "simbólica". "Ele invadiu as nossas casas pela televisão, com o discurso do ódio. Agora queremos mostrar o amor, a diversidade, na porta da casa dele."

    Maju Giorgi, uma das fundadoras da organização Mães pela Igualdade, participou do ato e contou que, após a fala de Fidelix, seu filho sofreu ameaças ao passear com o namorado. "Ele ofendeu todo mundo e nada foi feito. Queremos que nossos filhos possam andar tranquilos nas ruas sem medo de serem mortos ou agredidos", disse.

    O estudante de psicologia Daniel Moraes, 25, saiu de São Miguel, na zona leste, para protestar "contra as atrocidades" que Fidelix falou. "Fiz uma denúncia contra ele no Ministério Público. Temos que pedir alguma punição para ele. Somos todos seres humanos", afirmou.

    Um grupo de adolescentes também estava presente. Para Matheus, 15, que pediu para não ter o sobrenome publicado, a fala de Fidelix prejudicará todos os gays que "querem sair do armário". "As pessoas vão ficar com medo de agressões", disse.

    O apartamento do candidato, no primeiro andar, ficou o tempo todo com as cortinas fechadas. Quatro viaturas da Polícia Militar e duas da Polícia Civil foram chamadas para o local.

    O ativista gay e candidato a deputado federal Bill Santos reclamou da presença da polícia. "Eles deviam ter ido prender esse senhor Fidelix lá no debate, não vir aqui para vigiar uma manifestação pacífica."

    Moradora do Campo Belo há 30 anos, a portuguesa Maria Nascimento, 60, acompanhava o ato à distância. "Estou achando maravilhoso. Tem que ir pra rua mesmo. As pessoas são livres para escolher sua opção sexual, sua religião, seus candidatos", afirmou.

    DISCUSSÃO

    No final da manifestação, houve uma discussão dos participantes com dois jovens moradores de um prédio ao lado do de Fidelix. Eles foram reclamar dos gritos com palavras chulos. "Vocês têm o direito de protestar, mas tem criança nas casas, não queremos ouvir essas palavras", disse Rodrigo, 23, que foi hostilizado e chamado de "homofóbico".

    Ligia Mesquita/Folhapress
    Grupo se manifesta em frente à casa de Levy Fidelix
    Grupo se manifesta em frente à casa de Levy Fidelix
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