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    Análise: Tucano é favorecido por tendência ascendente

    MAURO PAULINO
    DE DIRETOR GERAL DO DATAFOLHA
    ALESSANDRO JANONI
    DE DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA

    05/10/2014 02h00

    Como indicado pelo Datafolha na última quinta, Aécio Neves e Marina Silva chegam empatados na véspera do primeiro turno. É impossível afirmar qual dos dois enfrentará a presidente Dilma Rousseff num eventual segundo turno, mas a tendência ascendente e contínua dos últimos dias favorece o tucano.

    Os dados referem-se à intenção de voto dos brasileiros um dia antes do pleito. Entre o desejo de escolher o candidato e a sua concretização de fato, há vetores que ao longo do final de semana influenciam o processo.

    Do exercício do voto útil ao desempenho de determinado perfil de eleitores na urna eletrônica, das características da abstenção à boca de urna, a conjunção de detalhes faz a diferença em disputas acirradas como a de hoje.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Se nenhum fato de grande repercussão acontecer, a taxa que a presidente conseguirá deve ficar entre 42% e 47% dos votos válidos. Aécio deve situar-se entre 23% e 29% e Marina entre 22% e 27%, de acordo com a zona de variabilidade de cada um.

    Dilma chega como favorita à reeleição, amparada pelos segmentos mais carentes da população, depois de seu governo passar por turbulências. As manifestações de junho de 2013 encontraram solo fértil nas incertezas econômicas que se desenhavam no período. O fenômeno pulverizou a agenda de demandas da população, escancarou a crise de representação e seus reflexos pautaram a mudança das práticas políticas como o mote da campanha.

    O temor pelos protestos e greves antes da Copa cedeu espaço à empolgação com o evento e proporcionou sentimentos antagônicos no eleitorado, anulados pela derrota do Brasil. Ninguém lucrou na ocasião, governo ou oposição, mas, com a morte dramática de Eduardo Campos, Marina concretizou o potencial que uma candidatura antipolarização PT-PSDB demonstrava ter. Aécio até então não havia superado o teto dos 20% de intenção de voto e o contingente de eleitores sem candidato batia recordes.

    A ambientalista, com um discurso híbrido, que reunia fundamentos tanto da esquerda como da direita, atraiu num primeiro momento segmentos de ambos os espectros políticos. Ex-ministra de Lula, dividiu com Dilma a classe média que mais se beneficiou na gestão petista. E chegou a bater Aécio nas classes mais altas, antipetistas.

    Justamente por essa bipolaridade, o declínio da ex-ministra se deu em duas etapas. A primeira foi resultado da campanha de desconstrução do PT, que gerou insegurança sobre a continuidade das políticas de assistência social principalmente no Nordeste.

    Numa segunda fase, diante do enfraquecimento de Marina, alguns Estados com maior participação antipetista, especialmente do Sul e Sudeste, migraram para Aécio.

    Nunca uma eleição presidencial foi tão salpicada de fatos com tamanho grau de influência. O ineditismo gerado pela Copa, pelos protestos, pela morte de um candidato a presidente e pela imprevisibilidade até a última hora marcaram esta eleição.

    Contar como a história se deu até a manhã de sábado é responsabilidade de um instituto de pesquisas. Dizer como ela termina é papel de sua excelência, o eleitor.

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