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    Mato Grosso do Sul terá segundo turno entre petista e tucano

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    05/10/2014 19h14

    Sergio Lima/Folhapress/Divulgação
    Candidato ao governo Delcídio Amaral (PT) (esq.) enfrenta no segundo turno Reinaldo Azambuja (PSDB)
    Candidato ao governo Delcídio Amaral (PT) (esq.) enfrenta no segundo turno Reinaldo Azambuja (PSDB)

    Cenário de uma das campanhas ao governo mais caras do país, Mato Grosso do Sul terá segundo turno entre Delcídio Amaral (PT) e Reinaldo Azambuja (PSDB).

    Delcídio, que é senador há 12 anos e fez uma campanha milionária, com produção do marqueteiro Duda Mendonça, teve 43% dos votos, com 100% das urnas apuradas. Azambuja, grande fazendeiro do interior do Estado, marcou 39%.

    O tucano é a surpresa desta eleição, a mais concorrida do Estado nos últimos 16 anos, diz o cientista político e professor da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul) Daniel Miranda.

    Para o Senado, foi eleita Simone Tebet (PMDB), com 53% dos votos.

    Ex-prefeito de Maracaju, cidade de 42 mil habitantes com forte atividade agrícola, Azambuja tirou da disputa o candidato do governador Nelsinho Trad (PMDB), que no início da campanha aparecia em segundo lugar.

    "Eu sempre disse que a melhor pesquisa é a do dia das eleições. A gente sempre acreditou nessa vontade de mudança aqui no Mato Grosso do Sul", disse Azambuja após a divulgação dos resultados.

    Ele acrescentou que "a gente fica muito contente em poder ter derrotado duas máquinas: máquinas poderosas, máquinas que estão enraizadas no poder aqui, mas que não atenderam as necessidades maiores da população (...) Com apoio da população, tenho certeza de que podemos ser vitoriosos para poder fazer a mudança de que o Estado tanto precisa", acrescentou.

    Apoiado por André Puccinelli (PMDB), governador em segundo mandato, Trad obteve 16% dos votos e ficou na terceira colocação.

    Sua saída da disputa eleitoral põe em xeque a polarização entre PT e PMDB que vigora no Estado. Há quase 20 anos, os dois partidos se revezam no governo.

    DISPUTA POLÍTICA

    Puccinelli é hoje uma das principais forças políticas sul-mato-grossenses e criou um consistente grupo de aliados em torno de si.

    O italiano naturalizado brasileiro é conhecido como "o chefe". Centralizador, gosta de fiscalizar obras pessoalmente.

    Azambuja, 51, integrava sua base de apoio. Entretanto, o tucano, proprietário rural com patrimônio de R$ 37 milhões, rompeu com o grupo de Puccinelli dois anos atrás, quando concorreu à Prefeitura de Campo Grande.

    Com boa votação, quase foi ao segundo turno e se cacifou como novo líder político, trazendo o PSDB ao papel de protagonista no Estado.

    Na campanha, dizia representar "a mudança de verdade". Criticou intensivamente o PT e as denúncias de corrupção na Petrobras, da qual Delcídio foi diretor entre 1999 e 2001, e prometeu fazer um governo transparente.

    Do outro lado, o senador petista, 59, era o candidato mais consolidado da disputa. "Ele veio pavimentando o caminho há anos", diz Miranda, da UFMS.

    Delcídio apostou numa linha "paz e amor". A campanha abusou de cores leves, não necessariamente ligadas ao PT, como azul e verde.

    Engenheiro, Delcídio chegou a integrar o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e diz ser um homem do "diálogo". Seu slogan: "O governador de todos".

    Durante toda a disputa, o petista gastou saliva para rebater as acusações dos adversários de que estaria envolvido com os recentes escândalos na Petrobras.

    Com um tucano como adversário, a pauta deve prosseguir no segundo turno.

    Após a confirmação de que haverá segundo turno, o petista disse que "ficou provado que a população quer o debate de dois projetos diferentes, o projeto do PSDB e o projeto do PT, ou seja, isso reflete efetivamente o que nacionalmente aconteceu. Eu acho muito bom, porque é uma oportunidade de fazer efetivamente uma avaliação do que cada um tem a propor."

    SENADO

    A vice-governadora Simone Tebet (PMDB) venceu a eleição para o Senado com 52,61% dos votos válidos.

    Simone é filha de Ramez Tebet, ex-governador do Estado entre os anos 1986 e 1987, ex-senador e ministro da Integração Nacional no governo Fernando Henrique Cardoso.

    Entre 2001 e 2003, Ramez Tebet foi presidente do Senado Federal.

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