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    Candidato do PMDB surpreende e vai disputar 2º turno com Tarso no RS

    FELIPE BÄCHTOLD
    DE PORTO ALEGRE

    05/10/2014 19h34

    O peemedebista José Ivo Sartori surpreendeu na reta final do primeiro turno das eleições para o governo do Rio Grande do Sul e irá disputar o segundo turno com o atual governador, o petista Tarso Genro.

    Sartori, que pelas pesquisas recentes estava disputando com Ana Amélia Lemos (PP) quem iria para a disputa com Genro, acabou em primeiro lugar neste domingo (5).

    Com todos os votos apurados, o peemedebista teve 40% dos votos válidos, ante 32% do atual governador. A candidata do PP ficou em terceiro lugar, com 22%.

    Vieira da Cunha (PDT) obteve 4%, e Roberto Robaina (PSOL), menos de 1%.

    Sérgio Lima/Edu Andrade/Folhapress
    Os candidatos Tarso Genro (PT), à esq., e José Ivo Sartori (PMDB), que farão o segundo turno no RS
    Os candidatos Tarso Genro (PT), à esq., e José Ivo Sartori (PMDB), que farão o segundo turno no RS

    Em queda nas pesquisas nas últimas semanas, Ana Amélia, que liderou os levantamentos do Datafolha em agosto e setembro, viu seus votos migrarem para o candidato do PMDB, que evitou confrontos em debates e ataques diretos na TV.

    A candidata teve sua imagem desgastada por uma sequência de ataques do PT, que mostrou no horário eleitoral na TV que ela foi funcionária comissionada do Senado nos anos 80 ao mesmo tempo em que trabalhava como jornalista.

    A senadora negou irregularidades e buscou revidar as acusações afirmando que Tarso tem uma condenação em primeira instância por improbidade administrativa.

    Com o acirramento das discussões, o peemedebista, que tinha a maior coligação e o segundo maior tempo de TV, ganhou espaço no eleitorado indeciso. Em agosto, segundo o Datafolha, ele tinha apenas 7% das intenções de voto.

    Fenômeno parecido já havia ocorrido no Estado nas eleições de 2002 e 2006, quando o eleitorado antipetista migrou para uma terceira candidatura nas vésperas do primeiro turno, tirando da disputa quem desfrutava da condição de favorito. O PT vai ao segundo turno em eleições no Estado desde 1994 –em 2010, ganhou na primeira votação.

    Sartori, 66, é ex-prefeito de Caxias do Sul, segundo maior município do Estado, e explorou em seu espaço no horário eleitoral obras de sua gestão e suas origens interioranas. Ele se apresenta ao eleitor como "o gringo", apelido dado aos descendentes de italianos da serra gaúcha.

    No segundo turno, Tarso deve questionar o legado de gestões passadas do PMDB no Estado. O governo de Antônio Britto (1995-98) até hoje é lembrado pelos petistas por privatizações e pelo acordo que obriga o Estado a destinar 13% de suas receitas a cada mês para saldar a dívida com a União.

    A situação das finanças, aliás, foi o principal tema nos debates do primeiro turno e deve novamente marcar as discussões nas próximas semanas.

    Após a confirmação do resultado, Tarso disse que o rival empregou uma "estratégia inteligente". "Ele não apresentou programa, não se contrapôs a ninguém. Ele não participou do debate político no primeiro turno, correu pelas laterais", afirmou o governador.

    Tarso, 67, se licenciou do governo há três semanas para se dedicar à campanha e viajar mais ao interior, onde tinha desempenho pior. Ele atribuiu a virada nas pesquisas à intensificação das agendas na rua.

    O governador fez toda a campanha em conjunto com a da presidente Dilma Rousseff (PT) e chegou a afirmar no último debate que a mudança de governo ameaçaria os investimentos federais no Estado.

    Sartori foi um dos poucos candidatos a governo no país fora do PSB a receber o apoio da presidenciável Marina Silva (PSB).

    Nesta segunda fase, o PT deve ter muita dificuldade para angariar apoios de partidos já derrotados. Apesar da aliança nacional com Dilma, o PP gaúcho fez oposição acirrada ao governo de Tarso. O pedetista Vieira da Cunha foi um dos principais críticos do governador nos debates na TV.

    SENADO

    Com 99% dos votos apurados no Rio Grande do Sul, o jornalista Lasier Martins (PDT) foi eleito senador com 37% dos votos.

    A disputa foi acirrada com o segundo colocado, o veterano Olívio Dutra (PT), que conquistou 35% dos eleitores. Pedro Simon (PMDB) foi o terceiro colocado, com 16%.

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