Em uma disputa apertada, o atual governador do Acre, Tião Viana (PT), e o deputado federal Márcio Bittar (PSDB) irão decidir a eleição no Estado no segundo turno.

O petista obteve 49,73% dos votos, ante 30,10% de Bittar e 19,61% de Tião Bocalom (DEM), neste domingo (5).

	Alan Marques/Folhapress
	Governador do Acre, Tião Viana teve 49,75% dos votos e ficou a décimos de conseguir ser reeleito

Viana, 53, é médico e professor da Ufac (Universidade Federal do Acre). Foi senador por 12 anos e líder do partido na Casa antes de assumir o atual mandato. É irmão do ex-governador e senador Jorge Viana (PT).

Numa coligação de 14 partidos, entre eles PSB e PDT, Viana teve 6min45s de tempo de propaganda eleitoral. Bittar reuniu dez partidos e teve mais tempo de TV: 8min48s.

Viana encerra seu primeiro mandato com aumento da receita própria do Estado (de R$ 2,9 bilhões para R$ 3,7 bilhões) e melhora em indicadores como o analfabetismo, que caiu de 16,7% para 13,5%.

A gestão também foi marcada pelo aumento da dívida pública (de 50,4% para 55,8% da receita corrente líquida) e dos gastos com custeio.

	Divulgação
	O agropecuarista e ex-deputado Márcio Bittar (PSDB) disputará o segundo turno com Tião Viana (PT)

CAMPANHA

Agropecuarista, Bittar, 51, foi eleito deputado estadual em 1994 e deputado federal em 1999, em ambos os casos pelo PMDB. Está no segundo mandato pelo PSDB na Câmara dos Deputados.

Com tons escuros, a campanha do tucano atacou a gestão petista enfatizando a pobreza no Estado, com imagens de casas sem esgoto e sem água encanada. Dizia que aquele era o Acre real, e não o da propaganda do PT.

Bittar levou Aécio Neves, candidato ao Planalto, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à TV. Esforçou-se em negar o que identificou como boatos sobre o fim do Bolsa Família, programa federal, caso fosse eleito.

Viana centrou a propaganda em realizações da gestão. Elogiou o desempenho do Acre no Ideb, índice que avalia a qualidade do ensino fundamental. A média estadual passou de 3,8 em 2007 para 5,1 em 2013.

Destacou, ainda, a implantação de centros de piscicultura e de empresas de call center para geração de renda e emprego.

O petista exaltou as parcerias com o governo federal e fez campanha ancorada na simbologia tradicional do PT, como as cores vermelhas na publicidade.

A propaganda também elogiou a ação do governo acriano na crise dos haitianos refugiados que entram pelo Estado. Uma mulher destacou a "acolhida cristã" promovida pelo petista.

A primeira-dama, Marlúcia Neves, participou de forma ativa da campanha, que também reservou espaço para denúncias ao rival tucano.