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    Análise: Vitória fácil de tucano surpreende após epidemia de roubos e crise da água

    ALAN GRIPP
    EDITOR DE COTIDIANO

    06/10/2014 02h00

    Numa eleição marcada pelo forte desejo de mudança, a facilidade com que Geraldo Alckmin (PSDB) venceu em São Paulo é uma das principais surpresas deste ano.

    Analisado em perspectiva histórica, trata-se de um triunfo expressivo, que dará ao tucanato quase um quarto de século de poder.

    Se o lulismo entre eleitores de baixa renda se comportou como um rochedo, como observou o cientista político André Singer, pode-se dizer que São Paulo é uma fortaleza tucana quase intransponível.

    A vitória em mar de cruzeiro é ainda mais surpreendente levando-se em conta o contexto em que ela ocorreu.

    Quando explodiram as manifestações de junho do ano passado, imaginava-se que os danos eleitorais seriam mais profundos para os políticos em maior evidência.

    Alckmin, especificamente, foi alvo preferencial das "ruas", devido principalmente ao comportamento truculento de sua Polícia Militar.

    O gigante adormeceu, mas o governador não teve vida fácil desde então.

    Seu governo enfrenta uma epidemia de roubos, crime que afeta diretamente a sensação de segurança.

    Embora as conquistas históricas nessa área sejam inquestionáveis –o Estado é um dos menos violentos do país– é notável que sua popularidade resista a uma sequência inédita de 15 altas nos índices mensais de assaltos.

    Mais importante: o Estado de São Paulo vive uma crise de água sem precedentes.

    Não se trata de um escândalo financeiro de difícil compreensão, mas sim de algo que afeta diretamente a vida do eleitor.

    Quase 3 milhões de paulistas já vivem oficialmente sob racionamento e os demais (41 milhões) convivem diretamente com essa ameaça.

    Aliás, são esses (crises de segurança pública e hídrica) os desafios imediatos da quarta passagem de Alckmin pelo Palácio dos Bandeirantes.

    O tucano também tentará acelerar o ritmo modorrento da expansão do metrô, única solução para os problemas de transporte da capital.

    Se conseguir equacionar essas questões, é pouco provável que a dinastia tucana seja ameaçada em 2018.

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