• Poder

    Friday, 10-May-2024 07:34:35 -03
    [an error occurred while processing this directive]

    Lula se impõe sobre dilmistas e já entra na corrida por 2018

    CATIA SEABRA
    MÁRCIO FALCÃO
    DE SÃO PAULO

    06/10/2014 07h36

    Dentro do PT, a luta continua. Mal acabou o primeiro turno, aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já lançavam ontem sua candidatura à Presidência em 2018.

    Numa demonstração de que o partido encerra o primeiro turno dividido entre lulistas e os aliados da presidente Dilma Rousseff, Lula nem sequer pestanejou quando questionado sobre o desejo de concorrer daqui a quatro anos.

    "Penso política até o último dia da minha vida. Agora, não é possível discutir candidatura no momento em que a eleição não terminou. Isso vai se discutir em 2017", afirmou ele.

    O ex-presidente reconheceu, porém, que a idade pode ser um empecilho para seu projeto político.

    "Vou fazer 69 anos pelos documentos amanhã e pelas informações de minha mãe no dia 27 de outubro. Quem chega aos 70 anos tem que dar graças a Deus de estar vivo nos próximos quatro anos".

    No primeiro turno (ou round), ministros de Dilma pregavam o afastamento do ex-presidente, especialmente após o movimento de "volta, Lula". Pesou o argumento de que Dilma deveria ser poupada de uma associação com o mensalão.

    Lalo de Almeida/Folhapress
    Lula ao lado de Alexandre Padilha e eleitores antes de votar, em São Bernardo do Campo (Grande SP)
    Lula ao lado de Alexandre Padilha e eleitores antes de votar, em São Bernardo do Campo (Grande SP)

    Lula, no entanto, teve que ser convocado quando a presidente amargava um empate com a ex-ministra Marina Silva, em 34%. Ele assumiu, então, o confronto com Marina e foi às ruas de São Paulo. Só depois disso Dilma se recuperou nas pesquisas.

    "Fico feliz de ter participado", disse Lula.

    Ele também derrotou conselheiros do palácio ao convencer Dilma a incluir a corrupção no debate eleitoral. Ontem, ele já ditava a linha da disputa no segundo turno. Para ele, a comparação entre a política econômica dos governos do PSDB e do PT entrará em cena. Mas a corrupção será a tônica do embate.

    "Aécio é um cara que tem falado muito em corrupção, e esse é o tema que acho que a Dilma vai querer debater com Aécio também, porque é sempre apaixonante, cheio de diz-que-diz."

    Após votar na manhã de ontem em São Bernardo do Campo (SP), Lula manteve os ataques a Marina. Disse apostar na chegada do tucano Aécio Neves ao segundo turno porque "não se inventa candidatura de última hora".

    Sem citar Marina, Lula fez ainda uma crítica velada à candidata do PSB, que chorara ao ser informada de comentários sarcásticos do ex-presidente: "Quem tinha de falar já falou, quem tinha de gritar já gritou, quem tinha de chorar já chorou. Agora, todo mundo se subordina à consciência política do povo que vai votar".

    Apesar do desempenho no cenário nacional, Lula sofreu reveses nos Estados, com a derrota de seus apadrinhados no Rio e São Paulo. A ala dilmista ganhou força com a vitória de petistas rejeitados por Lula, como em Minas Gerais e na Bahia.

    Na saída da escola onde votou, na cidade do ABC paulista, Lula avisou que descansará nos próximos dois dias para se dedicar ao segundo turno. "Vou recuperar um pouco a garganta, porque vai ter muito comício", adiantou.

    No caminho até a seção, foi cercado por eleitores, posou para fotos ao lado de Alexandre Padilha e do candidato a deputado Frank Aguiar.

    Segundo petistas, ele pretende participar mais ativamente do comando da campanha. "Vamos que vamos", conclamou.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024