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    Mais nova aposta de ex-presidente Lula não vinga em São Paulo

    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    06/10/2014 07h56

    Deu certo com Dilma Rousseff na primeira vez. Funcionou com Fernando Haddad. Mas faltou energia para iluminar o poste da vez. O ex-presidente Lula não conseguiu colocar de pé o projeto de eleger um de seus escolhidos, Alexandre Padilha, governador de São Paulo, a última fronteira ainda não conquistada pelo PT.

    O modelo bem-sucedido de lançar nomes novos, que levou Lula a eleger uma neófita presidente e um técnico prefeito de São Paulo, falhou diante da perda de gás do partido do ex-presidente em seu Estado de origem, São Paulo.

    A forte rejeição do eleitor paulista ao PT fez naufragar o "projeto Padilha" de Lula. O partido é associado, principalmente em São Paulo, a escândalos, com os principais quadros presos devido ao mensalão, e a uma política econômica que gerou inflação alta e baixo crescimento.

    Isso pode não contaminar o humor dos eleitores em outros Estados, mas pesa em São Paulo, terra do empresariado nacional e dos trabalhadores da indústria, que só faz demitir nos últimos meses.

    Pesou ainda o início ruim do seu segundo poste, o prefeito Fernando Haddad (SP), contribuindo ainda mais para o mal-estar do eleitorado paulista contra o PT.

    Sentimento antipetista que não foi exclusividade de São Paulo. Outras duas apostas do partido também morreram na praia: a ex-ministra Gleisi Hoffmann, que amargou um terceiro lugar no Paraná, e o senador Lindbergh Farias, quarto colocado no Rio.

    Lalo de Almeida/Folhapress
    O ex-presidente Lula com Alexandre Padilha e eleitores, em São Bernardo do Campo (Grande SP)
    O ex-presidente Lula com Alexandre Padilha e eleitores, em São Bernardo do Campo (Grande SP)

    A ironia da campanha deste ano é que um petista no qual a cúpula partidária nunca apostou muito e por quem não morria de amores sai como o grande vitorioso da legenda no primeiro turno.

    Fernando Pimentel era visto como "tucano" demais e responsável por rachar seu partido em Minas. Sua missão era, diziam petistas da cúpula, fazer a presidente Dilma perder de pouco no Estado para o rival Aécio Neves.

    Fechada as urnas, Pimentel venceu os tucanos no primeiro turno em sua terra natal e tornou-se o primeiro petista eleito governador de um Estado do "triângulo das bermudas" (Minas, SP e Rio).

    Nacionalmente, fez a maior proeza para a cúpula petista: pôs Dilma na liderança em Minas, onde a presidente nasceu, mas não é exatamente vista como filha da terra.

    No início da corrida eleitoral, Aécio derrotava facilmente Dilma em Minas. Os tucanos diziam que ele colocaria 4 milhões de votos na frente da petista –algo que as pesquisas indicavam ser possível, gerando tensão no PT.

    A aliados mais próximos o ex-ministro e amigo pessoal de Dilma dizia ser preciso começar a eleição com cuidado: a rejeição à presidente era altíssima entre os mineiros. Garantia que subiria nas pesquisas e, aos poucos, faria Dilma reagir no Estado. Deu certo.

    Agora, quando sua primeira invenção enfrentará no segundo turno um revigorado Aécio, o poder mágico de Lula –que um dia disse que é "de poste em poste que o Brasil vai ficar iluminado"– será testado outra vez.

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