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    PT encolhe em Pernambuco após eleições e tenta apoio do PSB para Dilma

    DANIEL CARVALHO
    DO RECIFE

    06/10/2014 15h10

    A derrota de Armando Monteiro Neto (PTB) na disputa pelo governo de Pernambuco foi apenas um dos reveses sofridos pelo PT no Estado.

    A legenda, que já comandou Recife por 12 anos, tem um senador, três deputados federais e quatro estaduais, mas não conseguiu eleger seu candidato ao Senado, João Paulo (PT), não fez nenhum deputado federal e ocupará apenas três cadeiras na Assembleia Legislativa.

    Assistiu ainda a vitórias folgadas das candidaturas adversárias de Paulo Câmara (PSB) ao governo do Estado e de Fernando Bezerra (PSB) –os rivais atingiram, respectivamente, 68% e 64% dos votos.

    Em agosto, Câmara tinha 13% das intenções de voto, enquanto Monteiro somava 47%. Na disputa pelo Senado, Bezerra ficou em segundo lugar durante toda a campanha. A reviravolta só foi detectada na última pesquisa Datafolha, divulgada no sábado (4).

    Pernambuco, além de ter sido o único Estado do Nordeste em que a presidente Dilma Rousseff (PT) foi derrotada por Marina Silva (PSB), foi também onde a ex-senadora teve sua maior votação –48,09% ante 44,11% de Dilma e 5,99% de Aécio Neves (PSDB).

    PROBLEMAS INTERNOS

    Para os próprios petistas, o maior problema do partido está nele próprio. Os conflitos internos do PT-PE se agravaram em 2012, após a direção nacional da legenda impedir a tentativa de reeleição de João da Costa no Recife.

    Houve intervenção, e o senador Humberto Costa foi o candidato petista, ficando em terceiro lugar, encerrando um período de mais de dez anos de governos petistas na cidade.

    Para Costa, os líderes do partido precisam conversar para cessar a briga interna por poder. "Quem quer estar no PT, que esteja por um compromisso político, por uma visão ideológica e não por qualquer interesse menor", disse o senador à Folha.

    Outro problema enfrentado é a infidelidade partidária. O caso mais recente envolveu uma tendência minoritária que passou a apoiar a candidatura do PSB ao governo às vésperas da eleição.

    EM BUSCA DE APOIO

    A missão do PT local agora é convencer o PSB a apoiar a reeleição da presidente Dilma no segundo turno.

    "O PSB é uma legenda de esquerda, historicamente foram nossos aliados, sempre estiveram conosco nas disputas mais importantes, participaram do governo Dilma e do governo Lula. Acho que tem uma proximidade muito maior conosco", afirmou o senador petista.

    "Nossa expectativa é que eles possam estar conosco, ainda que Marina possa não ter essa posição", disse Humberto Costa.

    O PSB-PE fará uma reunião nesta segunda-feira (6) para definir sua posição. A tendência é apoiar Aécio Neves, que inclusive deve dar início à campanha de segundo turno em Pernambuco. Líderes tucanos aguardam apenas uma definição do PSB local para levar o candidato ao Estado, onde os partidos são aliados.

    No final da noite de domingo, o governador João Lyra Neto (PSB) divulgou nota defendendo apoio a Neves.

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