O ex-diretor da Petrobras Renato Duque, responsável pela área de Serviços entre 2003 e 2012, informou, por meio de assessoria de imprensa, que vai entrar com ação penal contra Paulo Roberto Costa "por crimes contra a honra", na Justiça do Rio, nesta sexta-feira.
"Paulo Roberto acusou falsamente, e sem apresentar provas, o engenheiro Duque de participar de um esquema ilícito envolvendo empreiteiras", informa a nota divulgada.
Ildo Sauer, que foi diretor da área de Gás e Energia da Petrobras, entre 2003 e 2007, disse que o relato de Costa sobre a participação de sua área no esquema é "uma absoluta mentira" e que sofreu "pressões por conta dessas questões justamente porque não colaborava". "Não fiz e não faria parte de qualquer esquema. Cheguei a cancelar licitações que considerei com preços elevados. As obras eram integralmente tocadas pela área de Serviços, e a diretoria de Gás não tinha qualquer participação no processo".
Questionada especificamente sobre a suposta participação da diretoria de Gás e Energia enquanto a presidente da empresa, Graça Foster, foi diretora, a Petrobras não comentou. A empresa divulgou uma nota em que afirma estar "colaborando efeticamente com os trabalhos das autoridades públicas" e que está sendo "oficialmente reconhecida por tais autoridades como vítima nesse processo de apuração".
A Folha tentou falar com o ex-diretor da área internacional, Nestor Cerveró e com seu advogado, Edson Ribeiro, sem sucesso. Ao saber, nesta quarta (08) que Costa havia citado Cerveró no depoimento, Ribeiro havia comentado que "tem que ter provas para uma análise sobre o que está sendo dito" e que não admitiria que seu cliente fosse colocado como "bode expiatório e responsabilizado".
Procurado desde ontem pela Folha, Jorge Zelada, que substituiu Cerveró na área internacional em 2008, não retornou as ligações.
O geólogo Guilherme Estrella, diretor de Exploração da Petrobras entre 2003 e 2012, disse não ter nada a comentar. "Ele disse isso em um processo que corre na Justiça, e a Justiça vai resolver isso".