• Poder

    Monday, 29-Apr-2024 11:13:29 -03

    Pressão de Congresso sobre Lula para nomear Costa é mentira, diz Chinaglia

    JOSÉ MARQUES
    DE SÃO PAULO

    09/10/2014 20h53

    Líder da bancada do PT na Câmara à época da nomeação de Paulo Roberto Costa ao cargo de diretor de distribuição da Petrobras, o deputado Arlindo Chinaglia (SP) afirmou, nesta quinta-feira (9), que trecho do depoimento do doleiro Alberto Youssef que cita o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é "uma mentira".

    Para provar que não houve obstrução do Congresso nos 90 dias antes de Costa assumir a direção, listou projetos de lei, propostas de emenda à Constituição, medidas provisórias e outras matérias que foram votadas no Congresso durante o período.

    Chinaglia também afirmou que a bancada do partido irá "procurar" o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki e o procurador-geral da República Rodrigo Janot para que não haja divulgações de novos vídeos de depoimentos.

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) conversa com jornalistas no plenário do câmara
    Deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) conversa com jornalistas no plenário do câmara

    "Me chama muita atenção que no período de eleições, apesar da determinação do STF, da Procuradoria-Geral da República, em um processo que corre em sigilo, um juiz de primeira instância chama dois depoentes, suspende o sigilo e divulga, de forma direta ou indireta, de forma seletiva, sem direito a defesa atingindo pessoas e instituições", afirmou o petista.

    "Se fosse para exagerar na comparação, esse juiz pode estar se transformando, voluntária ou involuntariamente, num cabo eleitoral da oposição"

    Mais cedo, o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que a legenda avalia tomar medidas judiciais contra a divulgação dos depoimentos, autorizada pelo juiz federal Sergio Moro, responsável pelo caso.

    No dia 23, Teori e o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, negaram à CPI da Petrobras acesso aos depoimentos de Paulo Roberto com o argumento de que as informações só poderiam ser compartilhadas com o colegiado depois que o Ministério Público comprovasse as denúncias feitas por Costa, e os dados fossem incluídos na ação penal que correrá no Supremo. A decisão foi encaminhada a Moro.

    O DEPOIMENTO

    Em depoimento prestado à Justiça Federal na quarta-feira (8), o doleiro Alberto Youssef que, em 2004, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi empossado no cargo após o então presidente Lula ceder à pressão de "agentes políticos" ligados ao esquema.

    Questionado por seu advogado de defesa se sabia por que um diretor que antecedeu Paulo Roberto na área de Abastecimento havia sido retirado do cargo, Youssef disse: "Para que Paulo Roberto Costa assumisse a cadeira de diretor da Diretoria de Abastecimento esses agentes políticos trancaram a pauta no Congresso durante 90 dias".

    "Na época o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou louco, teve que ceder e realmente empossar o Paulo Roberto Costa", completou o doleiro.

    Em resposta, Chinaglia diz que "isso significa que qualquer depoimento, de quem quer que seja, seja verificada a veracidade". Ele diz que não sabe se Lula irá se manifestar sobre o caso, mas "no lugar dele não faria".

    "Colocá-lo para responder algo que nitidamente é uma mentira é desnecessário", acrescentou.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024