O músico Fábio Martins, 39, que na semana passada negou um cumprimento a Aécio Neves (PSDB) durante visita do candidato a uma favela de Belo Horizonte, disse enfrentar "ameaças, injúrias e racismo" desde o episódio.

"Ameaças, injúrias, racismo! Entre outras coisas é o que venho enfrentando desde sexta-feira [3], quando neguei cumprimentar um político", escreveu Martins, 39, em uma rede social.

O músico afirmou que as ameaças têm vindo pela internet e que as tem registrado para se defender "de qualquer coisa que possa vir a acontecer".

	Douglas Magno/O Tempo/Folhapress
	Em campanha em BH, Aécio oferece cumprimento ao músico Fábio Martins, que recusa

Na sexta-feira (3), dois dias antes do primeiro turno, Aécio, apoiadores e militantes visitaram favelas da capital mineira em busca de votos.

O episódio ocorreu no aglomerado da Serra, onde Martins mora. Quando Aécio se aproximou e estendeu a mão para cumprimentá-lo, o músico mineiro recolheu o braço e deixou o tucano no vácuo.

"Só que não", disse Martins ao negar o aperto de mãos. Diante da recusa, Aécio prosseguiu a caminhada pelas vielas da comunidade.

"Um candidato me estender a mão antes de uma eleição, cercado de jornalistas onde jamais havia pisado, nunca representaria uma cordialidade, e sim uma ação a qual, tivesse aceitado, estaria dizendo gestualmente a todos que concordo com ele."

À Folha, na ocasião, Martins declarou voto em Luciana Genro (PSOL) por "falta de opção" e descartou o voto em Aécio no segundo turno. "Hoje, mais que nunca, tenho repulsa ao PSDB."