• Poder

    Thursday, 02-May-2024 08:56:31 -03
    [an error occurred while processing this directive]

    Dilma diz que oposição usa caso Petrobras para dar 'golpe' no país

    FELIPE BACHTOLD
    DE PORTO ALEGRE

    10/10/2014 18h49

    Em discurso na tarde desta sexta-feira (10) em Canoas (RS), a presidente Dilma Rousseff acusou a oposição de usar as investigações da Petrobras para dar um golpe no país.

    "Eles [oposição] jamais investigaram, jamais puniram, jamais procuraram acabar com esse crime terrível que é o crime da corrupção", disse Dilma.

    "Agora, na véspera eleitoral, sempre querem dar um golpe. E estão dando um golpe. Esse golpe nós não podemos concordar", completou a petista, diante de aplausos dos presentes no evento, entre eles moradores e militantes do PT.

    Ao falar em "golpe", Dilma remete às inúmeras declarações do ex-presidente Lula sobre o mensalão. O petista repetiu por anos que a "elite tentou dar um golpe em 2005", numa referência ao escândalo revelado pela Folha no segundo ano de seu primeiro mandato no Palácio do Planalto (2003-2010).

    Dilma discursou de improviso em cima de uma caminhonete adaptada com sistema de som, após uma caminhada por uma bairro da periferia da cidade, na região metropolitana de Porto Alegre e administrada pelo PT.

    Na fala de cerca de dez minutos, ela repetiu parte do que já havia dito no início da tarde em entrevista em Brasília, quando atacou o que chamou de uso eleitoral do processo de investigação da Petrobras.

    Na entrevista em Brasília, ela criticou a divulgação de depoimentos sobre corrupção na estatal e afirmou que esses papéis não devem ser usados "de forma leviana em períodos eleitorais".

    Na quinta-feira (9), o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef depuseram à Justiça Federal no Paraná e deram detalhes sobre o desvio de recursos da Petrobras, que, segundo Costa, serviria para abastecer PT, PP e PMDB.

    No Rio Grande do Sul, no final da tarde, a presidente voltou ao tema e fez uma referência direta à divulgação dos depoimentos sobre o processo envolvendo a Petrobras.

    "Somos aqueles que combateram a corrupção doa a quem doer. Um combate duríssimo. Por isso que nós não concordamos com o uso eleitoreiro de processos de investigação que nós começamos, que nós desenvolvemos."

    A presidente disse que a Polícia Federal passou a ser "um órgão de investigação" somente a partir dos governos petistas.

    "É bom lembrar como é que era o Brasil antes de nós. Quem era nos últimos quatro anos do [governo do] PSDB o diretor-geral da Polícia Federal? Era aparelhado, era um militante filiado do PSDB. Eles aparelharam a Polícia Federal." Por isso, disse Dilma, a PF "investigou pouco" e "descobriu pouco" naquela época.

    À vontade, Dilma permaneceu parte do discurso debruçada sobre o parapeito da caminhonete.

    Em sua fala, tentou explicar à população as atribuições de um procurador-geral da República e novamente disse que no governo anterior havia um "engavetador-geral". Moradores entregaram flores à petista e a assediaram para tirar fotos.

    Em discurso antes da presidente, o governador petista Tarso Genro, que tenta a reeleição no segundo turno, também fez referência ao assunto.

    "Não pensem eles que nós nos intimidamos com a manipulação que eles fazem da informação contra a nossa presidenta, contra a nossa frente política." O petista disse que os militantes estão "talhados" para enfrentamentos desse tipo.

    ELEIÇÃO GAÚCHA

    A visita ao Rio Grande do Sul foi o primeiro ato da campanha do PT no segundo turno fora do Nordeste, onde a presidente concentrou atividades nos últimos dias.

    A atenção ao eleitorado gaúcho tem relação com o segundo turno da eleição local: Tarso Genro tem a difícil tarefa de reverter a vantagem que o peemedebista José Ivo Sartori obteve na primeira votação.

    Sartori já anunciou apoio a Aécio Neves (PSDB), adversário de Dilma na corrida ao Planalto.

    No Estado, onde a mineira presidente começou sua carreira política, o PT tinha a expectativa de conseguir uma vantagem expressiva no primeiro turno da eleição para presidente, como era previsto pelas pesquisas.

    O resultado final da votação, porém, mostrou Dilma quase empatada com Aécio no Rio Grande do Sul: 43% para petista e 41% para o tucano.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024