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    Câmara terá maioria acima de 50 anos; fatia feminina cresce devagar

    GABRIELA TERENZI
    MARCELO SOARES
    DE SÃO PAULO

    11/10/2014 02h00

    A composição da Câmara dos Deputados vem envelhecendo e, em 2015, terá em sua maioria deputados acima dos 50 anos. Levantamento feito pela Folha mostra que, entre as eleições de 1998 e 2014, a eleição de deputados nessa faixa etária passou de 36% para 54%.

    No mesmo período, a idade média dos membros da Câmara passou de 47,7 para 50,4 anos. Os dados sugerem que há uma dificuldade na renovação dos quadros políticos no país. Isso porque também aumenta a participação de "políticos de carreira" na Câmara.

    Em 1998, apenas 22% dos deputados declaravam como profissão "deputado", "senador", "governador", "vereador" ou "prefeito". Entre os eleitos deste ano, são 51%. Assim, a permanência de políticos conhecidos leva a um natural envelhecimento da composição da Casa. Colabora para isso o fato de a eleição de políticos jovens, com menos de 30 anos, variar muito pouco.

    Outro dado que o levantamento mostra é que a participação feminina na Câmara avança a passos lentos nos últimos 16 anos.

    De 6% em 1998, as mulheres serão 10% em 2015. E essa evolução desacelerou: entre 98 e 2002, houve aumento de dois pontos percentuais. Entre 2002 e 2006, cresceu 1 ponto. Manteve-se estável em 2010 e aumentou mais um ponto em 2014.

    Amapá e Tocantins elegeram proporcionalmente o maior número de deputadas neste ano, 38% –o que equivale a três mulheres em cada Estado. Por outro lado, Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba e Sergipe não elegeram nenhuma representante feminina para a Câmara.

    O levantamento da Folha mostra ainda que pela primeira vez em 16 anos houve uma leve queda na média de votos necessária para eleger um deputado federal no Brasil. A média em 1998 era de 71 mil votos, atingiu o pico em 2010 com 115 mil e neste ano caiu para 113 mil.

    Editoria de Arte/Folhapress

    ESCOLARIDADE

    O grau de instrução se manteve praticamente estável nos últimos 16 anos. Apesar da grande celeuma em torno da eleição do palhaço Tiririca (PR-SP) em 2010, no próximo ano ele continuará a ser o único deputado que declara saber apenas ler e escrever. Em 1998, a taxa era a mesma.

    A maior parte dos deputados afirma ter curso superior completo (80,1%). Desde 1998, a taxa da Câmara com essa escolaridade varia em torno dos 78%. Neste ano, pela primeira vez, o Tribunal Superior Eleitoral questionou aos candidatos qual era a sua raça.

    Entre os eleitos, 410 (80%) se declararam "branco". 81% se disse "pardo" e apenas 4%, "preto".

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