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    Ministro diz que Campos, agora morto, pode reconhecer ações de Lula em PE

    DANIEL CARVALHO
    DO RECIFE

    13/10/2014 19h21

    O ministro petista Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou nesta segunda-feira (13) esperar que, agora morto, o ex-governador Eduardo Campos seja capaz de reconhecer o que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez pelo Estado de Pernambuco.

    "Acho que o Eduardo Campos agora que está, espero, na luz de Deus, tenha reconhecido aquilo que o Lula fez aqui neste Estado", disse Carvalho, no Recife, em ato com movimentos sociais de Pernambuco.

    "Espero que agora ele saiba aquilo que ele não quis reconhecer em vida, como faz o Roberto Amaral, presidente insuspeito do PSB, ao descrever o PSB de Pernambuco", afirmou o ministro, mencionando o ex-ministro de Lula, que perdeu o comando do PSB nesta tarde e se opôs à decisão do partido de apoiar Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da corrida ao Planalto.

    Pedro Ladeira -20.jun.2014/Folhapress
    O ministro Gilberto Carvalho, em seu gabinete no Planalto
    O ministro Gilberto Carvalho, em seu gabinete no Planalto

    Amigos, Lula e Campos estavam afastados desde que o ex-governador, morto em um acidente aéreo em agosto, decidiu disputar a Presidência da República contra Dilma.

    O acirramento eleitoral fez PT e PSB brigarem pela paternidade de obras e da atração de investimentos em Pernambuco, como a refinaria Abreu e Lima e uma fábrica da Fiat.

    Nesta segunda, em entrevista após o discurso, Gilberto Carvalho voltou a criticar o PSB, ao afirmar que o partido foi "mais do que injusto" porque "escondeu" dos pernambucanos "a origem real dos recursos" aplicados no Estado.

    "No mínimo esperaria que houvesse uma publicização real do total dos importantes investimentos federais no sucesso que o governo do PSB teve nos últimos anos", disse o ministro de Dilma, segundo o qual "era quase um escândalo as preferências que Lula tinha por este Estado".

    Ainda comentando o apoio da legenda de Campos aos tucanos, o ministro relativizou o engajamento da viúva do ex-governador, Renata Campos, a Aécio.

    Para Carvalho, o apoio dela tem caráter emocional e não interferirá no cenário eleitoral. "Acho que as pessoas saberão fazer distinção entre reverência a uma pessoa importante para o Estado, falecida, e o futuro. O que está em jogo agora não é a memória de Eduardo Campos, mas o futuro das gerações deste Estado e do país", disse.

    Pernambuco foi o único Estado nordestino em que Dilma foi derrotada no primeiro turno das eleições. A candidata Marina Silva (PSB), derrotada no primeiro turno, conseguiu 48% dos votos dos pernambucanos. Dilma conquistou 44%, e Aécio, 6%.

    "Precisamos ganhar a eleição em Pernambuco por uma questão de honra", disse Carvalho. "Para Lula também é uma questão de honra ganhar esta eleição".

    PERIFERIA AZULADA

    Gilberto Carvalho disse aos representantes dos movimentos sociais de Pernambuco que o PT tem enfrentado dificuldades em dialogar com a classe média, mas também com a periferia de cidades como São Paulo, historicamente petistas.

    "Estamos atravessando um momento delicadíssimo da nossa campanha. Plantou-se um ódio enorme em relação a nós", disse Carvalho, que completou: "Há um afastamento. A periferia de São Paulo, que era vermelha [cor do PT] nos seus mapas eleitorais, em grande parte azulou [cor do PSDB], em grande parte amarelou [cor do PSB]".

    Carvalho disse ainda que em algumas partes do Brasil tem sido difícil ostentar broches e bandeiras da campanha da presidente.

    "A gente [vem] sendo chamado de ladrão com muita frequência, de um grupo de petralhas que assaltaram o governo e inventaram uma coisa que nunca existiu no Brasil, que é a tal da corrupção, e que nós temos que ser varridos porque os limpos é que têm que voltar", afirmou.

    O ministro comparou Dilma aos ex-presidentes Getúlio Vargas (1882-1954), Juscelino Kubitschek (1902-1976) e João Goulart (1918-1976). Segundo Carvalho, todos foram criminalizados pela elite e pela mídia.

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