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    Lula cita caso do bafômetro para atacar Aécio

    ANDRÉ UZÊDA
    ENVIADO ESPECIAL A ANANINDEUA (PA)

    15/10/2014 23h57

    Em discurso na noite desta quarta-feira (15) em Ananindeua, na região metropolitana de Belém, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva partiu para o ataque contra o presidenciável Aécio Neves (PSDB), rival de Dilma Rousseff na corrida ao Planalto.

    O petista citou a recusa do tucano a um teste do bafômetro, há três anos, para colocar em xeque seu caráter.

    "Vi esses dias no debate da TV um candidato dizendo que seu governo era da decência e da competência. Mas eu pergunto que decência e da competência se, às 3 horas da manhã, ele foi parado em uma rua no Rio de Janeiro e se recusou a soprar um bafômetro para dizer se tinha bebido ou não?"

    Ricardo Stuckert/Instituto Lula
    Lula e Helder em ato de campanha em Ananindeua, no Pará
    Lula e Helder em ato de campanha em Ananindeua, no Pará

    "Como uma pessoa se recusa a fazer um teste do bafômetro e diz que vai governar com decência e competência? Palavras são fáceis de dizer. Difícil é ter caráter. E poucas pessoas tem caráter nesse país como a Dilma Rousseff", afirmou, em comício ao lado do senador Jader Barbalho (PMDB) e de seu filho, Helder, candidato ao governo do Estado.

    Em 2011, ao se recusar a fazer um teste do bafômetro e dirigir com a carteira de habilitação vencida numa madrugada do Rio de Janeiro, Aécio teve o documento apreendido em blitz da Operação Lei Seca.

    À época, o tucano confirmou não ter feito o teste do bafômetro, mas disse que isso ocorreu porque os policiais já haviam constatado que sua habilitação estava vencida.

    Em Ananindeua, antes de Lula, Jader usou o microfone para atacar Simão Jatene (PSDB), adversário de Helder, e fazer um gesto de uma 'banana' para se referir a oposição local.

    Barbalho chamou o atual governador de "vagabundo", "preguiçoso" e disse que a oposição nunca "colocou uma barra de prego no sabão pelo povo do Pará".

    "Disseram que meu filho estava me escondendo. Aqui que estavam escondendo o Jader Barbalho [fez o gesto com o braço]. Ninguém tem a biografia que eu tenho. Fui vereador, deputado, senador e governador do Pará. O povo mais do que ninguém sabe o que fiz", disse.

    Barbalho também disparou contra o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), antigo aliado.

    "Eles quebraram o país e agora vem dizer que tem um projeto melhor que Lula. Entregaram o país falido, com taxa de desemprego lá em cima. E quem pagou a conta? O Lula. Ele que fez a verdadeira mudança e agora eles querem se aproveitar".

    Em dois momentos houve confusão entre as pessoas que assistiam o comício.

    O primeiro ocorreu quando Jader Barbalho discursava no palco e foi chamado de ladrão por alguns manifestantes. Os seguranças tentaram retira-los à força.

    A mesma cena voltou a se repetir durante a fala de Helder Barbalho, também insultado por um grupo na plateia. Os seguranças tentaram abafar o coro. Houve gritaria e corre-corre.

    Essa foi a terceira visita de Lula ao Pará nesta campanha.

    Nesta quinta-feira (16), Lula segue sua caravana de agendas pelo Norte. Pela manhã, em Rio Branco, participa de um ato com o governador petista Tião Viana, que tenta a reeleição no Acre. À noite vai até o Amazonas na tentativa de emplacar o senador Eduardo Braga (PMDB) no governo do Estado. O ato será em Manaus.

    No sábado (18), já de volta ao Sudeste, o ex-presidente vai até Minas Gerais, onde está programado um encontro com líderes de movimentos sociais, aí sim ao lado de Dilma.

    CAMPANHA NO PARÁ

    Helder Barbalho terminou o primeiro turno um ponto percentual à frente do governador Simão Jatene (PSDB), que tenta emplacar seu segundo mandato no Estado. A diferença entre eles foi curta: 49% a 48%. Em Ananindeua, onde Helder foi prefeito aos 25 anos, ele perdeu por 18 pontos de diferença para o tucano (57% a 39%).

    O mau desempenho de Barbalho na cidade que administrou por oito anos tem sido usada como arma pelo governador para criticar a campanha do adversário.

    Na propaganda de TV, Jatene tem feito uma campanha forte de "desconstrução" da gestão do peemedebista com o mote: "quem conhece não vota".

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