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    Ex-diretor da Petrobras diz que tucano cobrou R$ 10 milhões de propina

    DE SÃO PAULO

    18/10/2014 02h00

    O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ao Ministério Público Federal que foi de R$ 10 milhões o valor de propina cobrado pelo ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra para que o tucano ajudasse a esvaziar Comissão Parlamentar de Inquérito criada pelo Senado para investigar a Petrobras em 2009.

    Em seu depoimento, Costa afirmou que o suborno foi pago pela construtora Queiroz Galvão em 2010.

    Os relatos do ex-diretor da Petrobras sobre montante e a pagadora da propina foram informados pelo jornal "O Estado de S. Paulo" na edição desta sexta-feira (17).

    Alan Marques/Local Foto
    Deputado Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB, morto aos 66 anos
    Deputado Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB, morto aos 66 anos

    De acordo com a publicação, Costa também afirmou que, ao tratar do suborno, Guerra estava acompanhado do deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) e apontou que o congressista seria um "operador".

    O ex-diretor da estatal ainda relatou que o político tucano sugeriu que ele conversasse com Armando Ramos Tripodi, o então chefe de gabinete do presidente da Petrobras à época, José Sergio Gabrielli, segundo o jornal.

    A Queiroz Galvão integra um consórcio contratado para obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que é investigada na Operação Lava Jato da Polícia Federal.

    Guerra morreu em março, aos 66 anos, vítima de câncer no pulmão e foi substituído no comando do partido pelo candidato tucano a presidente da República, Aécio Neves.

    Em seu depoimento ao Ministério Público, Costa disse que empresas fornecedoras da Petrobras queriam encerrar a CPI em 2009, pois entendiam que os trabalhos da comissão poderiam atrapalhar seus negócios.

    Embora a oposição fosse minoritária na CPI, as empreiteiras temiam prejuízos com a repercussão do caso na imprensa, segundo ele.

    A CPI criada em 2009 para investigar a Petrobras teve vida breve: foi instalada em julho e acabou em novembro. Guerra e o senador paranaense Álvaro Dias, também do PSDB, abandonaram a comissão em outubro alegando que o rolo compressor do governo impedia qualquer investigação séria.

    Nota do PSDB aponta que a legenda defende a investigação de todas as acusações feitas pelo ex-diretor da Petrobras. O filho do ex-presidente do PSDB, Francisco Guerra, não se manifestou sobre a acusação, mas disse preservar o legado do pai "com muita honra".

    Em nota, a construtora Queiroz Galvão afirmou que "desconhece o teor do depoimento e nega as acusações".

    Tripodi negou contatos com Guerra ou Fonte e irregularidades em sua atuação na estatal de petróleo.

    "Repudio com indignação e veemência quaisquer insinuações ou afirmações caluniosas que procurem vincular meu nome a práticas criminosas", afirmou Tripodi.

    Segundo a assessoria de Eduardo da Fonte, o deputado do PP se coloca à disposição das autoridades para esclarecimentos, mas vai se pronunciar somente depois de ter acesso a dados oficiais do depoimento de Paulo Roberto Costa.

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