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    Em comício do PT em BH, Lula ataca Aécio, imprensa e bancos

    PAULO PEIXOTO
    DE BELO HORIZONTE

    18/10/2014 15h44

    Em um comício em Belo Horizonte em que Aécio Neves foi alvo constante da militância petista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atacou o candidato do PSDB à Presidência, dizendo que ele se comporta como "filhinho de papai", e voltou a criticar a imprensa.

    "Instigado pela imprensa, que tentava negar a política daquela época, o povo elegeu o Collor como o novo e deu no que deu", comparou Lula neste sábado (18), referindo-se às eleições presidenciais de 1989.

    O ex-presidente afirmou ainda que a imprensa cometeu "equívocos" ao temer as candidaturas dele, de Ulysses Guimarães, de Leonel Brizola e de Mário Covas, mas "instigou" o voto em Fernando Collor de Mello; atualmente aliado do PT.

    "Agora estamos vendo o mesmo comportamento. A imprensa brasileira, possivelmente na mão da elite, não admite nunca um governante que olha para as pessoas mais pobres", afirmou.

    Dessa vez, ele criticou também a revista inglesa "The Economist", que declarou recentemente preferência pela vitória de Aécio na disputa contra a presidente Dilma Rousseff (PT).

    "Não bastasse a imprensa brasileira, essa revista, que é a mais importante do sistema financeiro internacional, dos bancos, dos achacadores, essa revista que defende os bancos não quer a Dilma, quer o Aécio", disse.

    "Qual a resposta que temos que dar? Que o Aécio é o candidato dos banqueiros, ótimo, porque a Dilma é a candidata do povo brasileiro", completou.

    Ao falar de corrupção, Lula disse que Aécio usa a expressão "mar de lama", empregada pelo jornalista Carlos Lacerda, que governou o antigo Estado da Guanabara, em seus ataques ao ex-presidente Getúlio Vargas (1882-1954).

    Afirmou ainda que Aécio se esquece de que seu avô Tancredo Neves (1910-1985) foi ministro de Getúlio e depois primeiro-ministro de João Goulart (1918-1976). E atacou o tucano: "Ele sabe fazer denúncias de corrupção dos outros e esconder o seu rabo para ninguém saber o que está acontecendo".

    Lula saiu em defesa da presidente Dilma, chamada de "mentirosa" e "leviana" nos debates na TV, dizendo não saber se Aécio "teria coragem de ser tão grosseiro se o adversário dele fosse um homem".

    "Seu negócio com mulher é partir para agressão, partir para cima agredindo, porque acha que a coisa pega mais", completou Lula, inflamando a militância.

    MAIS ATAQUES

    Antes mesmo da chegada do ex-presidente, o clima já era de beligerância no ato no bairro de Santa Tereza, região leste de Belo Horizonte. Enquanto a militância esperava, o locutor do evento vez ou outra subia ao palanque para ler manifestos com ataques a Aécio.

    Um deles, escrito por uma militante apresentada como psicóloga especialista em direitos humanos, despejou adjetivos ofensivos, até concluir que Aécio é um "ser repugnante e desprezível".

    Cafajeste, playboy mimado, megalomaníaco, usuário de drogas, agressor de mulheres e vários outros ataques dominaram o comício.

    Dilma vem explorando na campanha do segundo turno sua vitória por 43,4% a 39,7% em Minas no primeiro turno das eleições presidenciais. Mas, na capital mineira, ela perdeu por muito, e tenta reverter a situação em toda a região metropolitana de BH.

    O tucano obteve 47% dos votos, e a petista, 31%, nesta que é a mais populosa região eleitoral do Estado (25% do eleitorado mineiro). Em Belo Horizonte a diferença foi ainda maior: 54% a 25%.

    Dilma venceu nas regiões mais pobres de Minas (66% a 23%, no norte, por exemplo) e também na rica região do Triângulo Mineiro (47% a 32%).

    FORA DE MINAS

    Minas Gerais é o segundo colégio eleitoral do país, com 10,5% do total de eleitores. Apesar disso, o Estado foi pouco visitado pelos candidatos à Presidência neste segundo turno.

    Dilma esteve em Contagem na semana passada, e Aécio reservou a última semana de campanha para voltar a Minas.

    Dilma é esperada no Estado entre quarta (22) e quinta (23). Aécio irá a Caeté, na Grande BH, nesta segunda (20). Como fez no começo da campanha, vai rezar no santuário de Nossa Senhora da Piedade. Ele deverá voltar na quarta e no sábado, onde encerrará a campanha.

    Sem a presença dos candidatos, cabe aos aliados organizarem atos pelo Estado. Pelo PT, encabeça os eventos o governador eleito de Minas, Fernando Pimentel (PT). Do lado de Aécio, estão o senador eleito e ex-governador Antônio Anastasia (PSDB) e o governador Alberto Pinto Coelho (PP).

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