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    Coordenadores de presidenciáveis divergem sobre "Mais Médicos"

    ITALO NOGUEIRA
    DO RIO

    18/10/2014 19h25

    Os coordenadores dos programas para a saúde da presidente Dilma Rousseff e e do senador Aécio Neves (PSDB) apresentaram neste sábado (18) divergências sobre o programa Mais Médicos e o aumento do orçamento para o setor.

    A secretária-executiva do Ministério da Saúde, Ana Paula Soter, e o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) participaram de debate promovido pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva e o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde no hotel Novo Mundo, no Flamengo, zona sul do Rio.

    Pestana considera o programa Mais Médicos "insustentável" por não garantir a permanência dos médicos, em sua maioria cubanos, nos postos para onde foram alocados.

    "O Mais Médicos é um grande mito, que não é sustentável no longo prazo. Os cubanos vão voltar para casa algum dia, não vão? Não é possível que tenhamos levado 26 anos para descobrir que a panaceia é importar médico cubano", disse o tucano.

    Soter afirmou que o programa permitiu acesso a atenção básica a 50 milhões de pessoas e, por esse motivo, "já é aprovado pela sociedade". Ela disse que o programa prevê também mais 11 mil vagas em universidades de Medicina e 12 mil para residências médicas para atender a demanda futura.

    "Às vezes a solução oportuna, na hora que a população precisa, não é estruturadora. Mas não dava para esperar abrir cursos de Medicina enquanto a população adoecia e morria. Porém o programa Mais Médicos é mais do que os 14 mil médicos colocados nos municípios de maior vulnerabilidade", disse a secretária-executiva.

    Pestana disse ainda que Aécio se comprometeu a destinar 10% da receita bruta em saúde caso seja eleito. Ele afirmou que a medida vai ampliar em R$ 50 bilhões o orçamento do setor.

    "Melhora, mas ainda assim não é suficiente", reconheceu o deputado. Ele disse que o setor precisa de cerca de R$ 600 bilhões por ano, enquanto recebe atualmente R$ 200 bilhões.

    Soter disse que a presidente reconhece a necessidade de mais recursos para o setor, mas afirma que não pode se comprometer com o percentual por não existir receitas novas.

    Segundo ela, a participação da saúde no orçamento vai aumentar na medida em que os royalties do pré-sal começarem a ser arrecadados –por lei, 25% desses recursos têm essa destinação definida. Ela ironizou o fato do PSDB assumir o compromisso.

    "Teria que tirar de alguma outra área. Tirar do Bolsa Família, talvez, para quem está se colocando como candidato e pensa em mudar algumas das políticas sociais."

    Os dois, contudo, se uniram na defesa das organizações sociais para a gestão de unidades de saúde. Entidades de classe criticam o modelo por não valorizar o servidor público –os médicos são contratados por terceirização com salários melhores do que os concursados.

    Pestana disse haver "preconceito ideológico" das entidades de classe. Soter afirmou que o modelo é previsto na Constituição.

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