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    Para Aécio, Dilma demorou a reconhecer desvios na Petrobras

    ITALO NOGUEIRA
    SAMANTHA LIMA
    DO RIO

    19/10/2014 11h50 - Atualizado às 15h28

    O senador Aécio Neves (PSDB), candidato à Presidência, afirmou neste domingo (19) que a admissão da presidente Dilma Rousseff de que houve desvio de verba na Petrobras é "um avanço" tardio.

    "Reconheço que é um avanço a presidente pelo menos admitir que isso aconteceu. Talvez um pouco tarde, mas admissão é algo positivo.", disse o senador, antes da caminhada na praia de Copacabana, zona sul do Rio.

    O tucano, contudo, cobrou posicionamento de Dilma em relação à citações ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, no depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

    "Não vi até agora uma atitude da presidente em relação àquele denunciado pelo ex-diretor da Petrobras como receptor da parcela que caberia ao PT, que é seu tesoureiro", disse Aécio.

    O candidato do PSDB lembrou a resistência de parlamentares do PT em criar uma CPI para investigar a corrupção na estatal.

    "O discurso do PT era de que aquilo era um factoide. Não existia nada daquilo. Quantas vezes eu ouvi que o Aécio queria denegrir a imagem da Petrobras?"

    Em entrevista à imprensa antes da caminhada, Aécio afirmou estar com a "alma leve" e pediu à presidente o fim de ataques pessoais entre os adversários.

    "Quero fazer um convite à nossa adversária para que a gente possa debater propostas e falar do futuro do Brasil. Sou de uma escola política, como me ensinou meu avô [Tancredo Neves] que diz que quem deve brigar são as ideias, não as pessoas", afirmou o tucano.

    MEIO AMBIENTE

    Aécio criticou o aumento no desmatamento da Amazônia, revelado neste domingo (19) pela Folha. Ele afirmou que houve uma "paralisia na definição de novas áreas de preservação no Brasil". De acordo com dados da ONG Imazon, houve aumento de 191% em agosto e setembro deste ano em relação ao mesmo período de 2013. Dilma só havia criado, até a última terça-feira (14) 440 quilômetros quadrados de unidades de conservação, antes 267 mil nos dois governos Lula.

    "Temos um compromisso de avançarmos para que o Brasil seja uma economia cada vez de menor carbono. Essa é uma não digo nem uma exigência da Marina ou de seu programa, transformarmos o Brasil em uma economia de baixo carbono é uma exigência da contemporaneidade, é o caminho que as nações mais avançadas do mundo vêm percorrendo."

    CAMINHADA

    Aécio falou a jornalistas no Clube Marimbás, em Copacabana, onde se encontrou com apoiadores de sua candidatura. Estavam no local o senador eleito José Serra (PSDB), o presidente do PPS, Roberto Freire, o candidato a vice-governador do Rio Francisco Dornelles (PP) e o deputado eleito Marco Antônio Cabral (PMDB), filho do ex-governador Sérgio Cabral, entre outros. Havia celebridades como os atores Milton Gonçalves, Maitê Proença, Ney Latorraca e o ex-jogador Ronaldo.

    Em seguida, deixou o clube a pé e caminhou um pequeno trecho até a caminhonete que percorreria a pista próxima à praia, transformada em área de lazer aos domingos. Houve empurra-empurra entre seguranças e as pessoas que tentavam aproximar-se do candidato.

    Aécio seguiu no carro acompanhado da mulher, Letícia Weber –que chegou a receber um "estalinho" do marido no meio do percurso– e também do lutador de MMA Antônio Rogério Nogueira, o Minotouro. Em determinado momento, um jovem tentou entregar um adesivo onde se lia "fora Dilma" a Aécio, mas foi impedido por Serra.

    Um carro de som da campanha do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) acompanhou a carreata. O candidato à reeleição ao governo do Rio não foi ao evento. Ele afirma apoiar a presidente, mas tem o apoio do PSDB no Estado.

    Pouco antes de encerrar o encontro, Aécio agradeceu a presença dos apoiadores, convidou-os a assistir ao debate deste domingo, na TV Record, disse que era preciso "tirar o PT do poder" e cantou o hino nacional.
    A carreata, que durou pouco mais de uma hora, não chegou a percorrer por toda a orla – seguiu apenas por cerca de um quilômetro, um quarto de toda sua extensão. Ao fim, Aécio desceu da caminhonete e entrou rapidamente em um outro carro fechado que o aguardava, no qual deixou o ato.

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