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    Laranja mentiu ao citar propina para o PSDB, diz advogado de doleiro

    MARIO CESAR CARVALHO
    DE SÃO PAULO

    22/10/2014 17h22

    O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antonio Augusto Figueirdo Basto, diz que é "mentirosa" a citação feita por um dos laranjas do esquema de que integrantes do PSDB também receberam propina.

    O advogado entrou na Justiça com um pedido de acareação entre o laranja e o doleiro.

    O laranja, Leonardo Meirelles, disse em audiência na Justiça federal nesta segunda-feira (20) ter ouvido o doleiro citar Sérgio Guerra –ex-presidente do PSDB que morreu em março deste ano– numa conversa telefônica.

    Reprodução
    Youssef mostra equipamento que ele diz ter achado dentro da cela, na carceragem da PF em Curitiba
    Youssef mostra equipamento que ele diz ter achado dentro da cela, na carceragem da PF em Curitiba

    Meirelles contou também que havia outro parlamentar do PSDB envolvido no esquema de suborno, que seria do Paraná.

    A Folha revelou na última quinta-feira (16) que o nome de Guerra havia sido mencionado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em sua delação premiada como beneficiário de R$ 10 milhões.

    O senador e então presidente do PSDB teria recebido o montante para ajudar a esvaziar a CPI da Petrobras em 2009.

    A reportagem da Folha sobre Guerra não fazia menção a Youssef.

    Segundo Figueiredo Basto, Meirelles não conhecia o doleiro na época da CPI da Petrobras ou mesmo no ano seguinte. "O Leonardo disse em depoimento à polícia que conheceu o Alberto Youssef em 2012. Ou ele mentiu na polícia ou mentiu no depoimento à Justiça".

    Ainda de acordo com Figueiredo Basto, seu cliente jamais trabalhou para o PSDB. "A colaboração do meu cliente é apartidária. Ele não está preservando ninguém, mesmo porque perderia os benefícios se ficar provado que ele mentiu".

    Já Paulo Roberto Costa disse em seu acordo que o esquema beneficiava principalmente três partidos (PT, PMDB e PP), mas citou o PSDB no caso da CPI da Petrobras.

    Youssef decidiu fazer um acordo de delação premiada porque poderia ser condenado a mais de cem anos de prisão nas ações penais em que é réu. Ele prometeu contar o que sabe em troca de redução de pena.

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    Alan Marques - 2.jul.2014/Folhapress
    Leonardo Meirelles, laranja de Alberto Youssef, da depoimento ao Conselho de Ética da Câmara
    Leonardo Meirelles, laranja de Alberto Youssef, da depoimento ao Conselho de Ética da Câmara

    QUEM É LEONARDO MEIRELLES

    • Laranja do doleiro Alberto Youssef que decidiu colaborar com a Justiça, mas que não assinou acordo de delação premiada
    • No papel, ele é dono da Labogen, uma das empresas usadas para enviar recursos ao exterior por meio de importações fictícias
    • Em depoimento nesta segunda, Meirelles disse ter ouvido no escritório de Youssef o nome do ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, e de outro parlamentear tucano, do Paraná, como recebedores de dinheiro do esquema do doleiro
    • Ele também disse que o PP devia a Youssef uma 'grande quantia', que ele diz ter sido usada na campanha de 2010
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