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    Rio de Janeiro

    TCE do Rio abre sindicância para apurar contratação de personal trainer

    DO RIO

    22/10/2014 19h03

    Uma sindicância foi aberta para apurar fraudes no gabinete do conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio) Júlio Lambertson Rabello.

    De acordo com reportagem do jornal "O Dia", a professora de educação física Alessandra Pereira Evangelista –lotada no gabinete dele como CC (cargo em comissão) e com salário de R$ 9.547,68– atendia como personal trainer ao conselheiro e à mulher dele na residência do casal, no bairro do Cosme Velho, zona sul do Rio.

    A reportagem indica ainda que Evangelista não comparecia ao tribunal para trabalhar e fazia outros atendimentos particulares no turno da tarde. Ela servia ao TCE-RJ desde maio de 2010 e foi exonerada pelo presidente da Corte, Jonas Lopes, na terça-feira (21), um dia depois de o jornal ter veiculado a primeira reportagem.

    O presidente do TCE-RJ afirma que a servidora faltante pode ser condenada a devolver os salários recebidos. O total, se considerados os 53 meses no quadro funcional do órgão recebendo os vencimentos atuais, ficaria em torno de R$ 500.000.

    O conselheiro Rabello poderá entrar na investigação juntamente com Evangelista. De acordo com o TCE-RJ, ele teria foro especial e só poderia ser investigado pelo Ministério Público Federal. O Ministério Público do Estado, no entanto, afirma que o foro especial que dá competência exclusiva ao órgão federal vale apenas nas questões criminais. O caso da servidora que deixou de trabalhar configuraria improbidade administrativa, ou seja, está na área cível.

    O presidente do TCE-RJ garante que todos os órgãos de investigação serão avisados da fraude.

    "Há uma denúncia que precisa ser esclarecida. Se for comprovada, o resultado será comunicado ao órgão competente", afirmou.

    A sindicância terá 60 dias para apresentar suas conclusões. Lopes afirmou que Evangelista foi exonerada "a requerimento do conselheiro" e, segundo informações dele, "a funcionária já estava em processo de saída da Casa".

    Assim como os demais conselheiros, Rabello recebe um subsídio mensal de R$ 26.589. Ele integra a Corte desde 2005. A reportagem da Folha tentou contatá-lo na tarde desta quarta-feira (22) mas, de acordo com a assessoria do tribunal, Rabello preferiu não se manifestar sobre as suspeitas.

    Em 2011, o TCE-RJ foi alvo de investigação por suspeita de empregar funcionários fantasmas. Na ocasião, o Ministério Público Federal denunciou o presidente, o vice-presidente e outros dois conselheiros –o presidente já era Lopes e um dos conselheiros investigados, Rabello– por crimes que incluem falsidade ideológica, peculato e corrupção ativa.

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