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    Dilma escala ministro dos Transportes para inaugurar obras em Goiás

    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

    22/10/2014 20h46

    Impedida pela legislação eleitoral de inaugurar obras três meses antes das eleições, a presidente Dilma Rousseff escalou o ministro Paulo Sérgio Passos (Transportes) para uma maratona de atos políticos em Goiás no mesmo dia em que o candidato Aécio Neves (PSDB) reuniu aliados e militantes em comício na praça central da capital do Estado.

    Numa tentativa de ocupar "terreno inimigo" a cinco dias do segundo turno das eleições presidenciais, Passos comandou na terça-feira (21) quatro eventos: inaugurou obras de duplicação e restauração da BR-060, um trecho de 315 quilômetros que liga Goiânia a Jataí, além de viadutos no Distrito Industrial de Anápolis e em Aparecida de Goiás.

    Passos é filiado ao PR, partido aliado do governo, e considerado um dos nomes técnicos da cota pessoal de Dilma.

    No primeiro turno, a presidente também contou com a participação de ministros em sua campanha à reeleição. Cinco dos 39 ministros chegaram a tirar férias para pedir votos. Outros não deixaram os postos, mas participaram ativamente de eventos eleitorais pelo país.

    Em Anápolis, Passos esteve acompanhado do ex-prefeito da cidade, Antônio Gomide (PT), que disputou o governo do Estado no primeiro turno. Gomide disse, em sua conta no twitter, ter um "orgulho muito grande de ver mais uma obra do governo federal sendo entregue" – e encerra a mensagem citando @dilmabr, endereço da presidente na rede social.

    Os aliados de Dilma miram o Estado porque, no primeiro turno, Aécio recebeu 41,5% dos votos em Goiás contra 32,1% da candidata do PT. Apesar de o eleitorado ser considerado pequeno (3,2 milhões de eleitores) se comparado com Estados como Rio de Janeiro e São Paulo, o governo trabalha pela eleição de Iris Rezende (PMDB), que disputa com Marconi Perillo (PSDB) o segundo turno para governador de Goiás.

    O PSDB, por outro lado, quer eleger Perillo e Aécio para manter o Estado sob o comando da sigla –que já foi governado três vezes pelo candidato tucano. O governador se tornou um dos principais desafetos do ex-presidente Lula depois que disse ter avisado o petista sobre a existência do mensalão no Congresso.

    No ano passado, Perillo chamou Lula de "canalha" ao relembrar o episódio. Em relação a Dilma, ao contrário, o tucano evita ataques pessoais. No comício, ao lado de Aécio, o governador não fez nenhuma crítica à candidata do PT ou aos programas do governo implantados em sua gestão, ao contrário do candidato do PSDB à Presidência.

    Oficialmente, o Ministério dos Transportes afirma que Passos foi ao Estado para cumprir "agenda estritamente técnica", sem cunho eleitoral. O ministério afirma que a inauguração da duplicação da BR estava prevista desde agosto e não ocorreu antes porque "faltava a finalização de obras remanescentes".

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