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    Sob pressão, tesoureiro do PT vai deixar conselho de Itaipu

    GABRIEL MASCARENHAS
    ANDRÉIA SADI
    NATUZA NERY
    DE BRASÍLIA

    23/10/2014 16h31

    Sob pressão de integrantes do governo e de petistas, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, vai comunicar na próxima reunião do Conselho de Administração de Itaipu Binacional, marcada para quinta-feira (30), que deixará o colegiado.

    A decisão foi tomada na tentativa de evitar novos desgastes à campanha da presidente Dilma Rousseff, que enfrenta o tucano Aécio Neves em debate na TV Globo nesta sexta-feira (24). Vaccari informou a Rui Falcão, presidente do PT, a intenção de sair do conselho.

    O tesoureiro é acusado de intermediar negócios entre fundos de pensão de estatais e empresas ligadas ao doleiro Alberto Youssef.

    Lula Marques - 30.mar.2010/Folhapress
    O tesoureiro do PT, João Vaccari, durante depoimento a comissões da Câmara em 2010
    O tesoureiro do PT, João Vaccari, durante depoimento a comissões da Câmara em 2010

    Petistas alegam que a decisão foi tomada antes do surgimento das denúncias. A conversa, segundo Falcão disse a interlocutores, teria ocorrido cerca de três meses atrás.

    Desde o início do segundo turno, Dilma tem sido alvo de ataques do PSDB para explicar a manutenção de Vaccari no cargo. A presidente reconduziu o tesoureiro para o conselho em 2012. Ele compõe o colegiado desde 2003, alçado à vaga pelo ex-presidente Lula.

    A decisão de deixar Itaipu surpreendeu ministros mais próximos de Dilma. Eles afirmam que a presidente chegou a sondar petistas sobre a demissão de Vaccari, mas que o corte fora barrado pelos aliados mais próximos do tesoureiro.

    Um membro da coordenação de campanha provoca, ironizando a versão de que o desligamento não tenha relação com as denúncias: "Por que só se deu publicidade a isso agora, se a tal conversa com o Rui aconteceu há três meses? E todo mundo sabe que Dilma não queria mais ter de lidar com acusados de corrupção na Lava-Jato vinculados ao governo".

    PT x PMDB

    Vaccari, ligado a Rui Falcão, não tem proximidade com Dilma. Antes de vir à tona a informação de que ele integra o Conselho de Administração de Itaipu, em um embate interno da coordenação da campanha, o PMDB chegou a defender a queda de Vaccari da tesouraria do PT.

    O movimento ocorreu quando Dilma cogitou demitir o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, indicado pelo PMDB e ligado ao presidente do Senado, Renan Calheiros. A intenção foi revelada pela Folha no começo do mês.

    O ex- diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa acusou Machado, em delação premiada ao Ministério Público Federal, de ter participado de irregularidades na Petrobras. O presidente da Transpetro nega.

    Diante da ameaça, o PMDB reagiu. Lideranças do partido disseram a interlocutores da presidente Dilma que a demissão de Machado só seria aceita se Vaccari deixasse a tesouraria do PT.

    Assessores de Dilma afirmam que a presidente não tem ingerência sobre a tesouraria do PT. Mas, para evitar desgastes com o PMDB na reta final da campanha, Dilma recuou e manteve Machado no cargo.

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