O Banco do Brasil afirmou, por meio de sua assessoria, que a operação contratada pela Torke Empreendimentos "encontra-se em situação de absoluta normalidade, com todos os pagamentos em dia, e nenhuma pendência".

De acordo com o BB, "isso significa que as análises técnicas realizadas –de crédito, de risco e da operação– foram exitosas nos processos de conformidade".

A Folha teve acesso a papéis internos do Banco do Brasil que revelam que a instituição primeiro aprovou limite de crédito de R$ 3 milhões para a apresentadora de TV Val Marchiori e depois a instruiu para elaborar uma série de documentos sem os quais ela não teria o financiamento aprovado pelo BNDES.

Sobre os demonstrativos contábeis, o BB informou que os mesmos foram devidamente assinados por representante e contador da empresa. "Sem o atendimento a essa condição, o crédito não teria sido liberado".

"As análises de crédito se basearam na viabilidade do empreendimento, ou seja, na capacidade da Torke de honrar as dívidas, nos prazos estabelecidos", disse o banco por meio de sua assessoria.

A Folha encaminhou 12 perguntas ao BB, das quais sete ficaram sem respostas, como se o banco costuma aceitar pensão alimentícia como comprovação de receita e por que Val Marchiori não quitou uma dívida de R$ 963,90 com a instituição.

Procurado por e-mail, Marchiori não respondeu as perguntas a ela encaminhadas.

Por meio de sua assessoria, o BNDES informou que, nas operações do produto Finame, a relação do banco se dá com o agente financeiro, "que é quem efetua a análise de risco de crédito do tomador final". Sobre o número Finame informado por Marchiori, o BNDES informou que o mesmo não corresponde a uma operação de crédito entre o BNDES e os agentes no produto Finame.