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    Dilma achava que política não era muito limpa

    RUBENS VALENTE
    DE BRASÍLIA

    24/10/2014 02h00

    Presa em janeiro de 1970 por participar de organizações guerrilheiras (Colina e VAR-Palmares) que tentavam derrubar a ditadura, Dilma Rousseff continuou sendo vigiada pelo regime após ser libertada, no final de 1972.

    Em 1973, Dilma se mudou para Porto Alegre para esperar a libertação de seu companheiro, Carlos Franklin Paixão de Araújo, ainda preso.

    Ao chegar à capital gaúcha, com cerca de 26 anos de idade, Dilma parece não ter atraído maior atenção dos arapongas. Isso mudou em junho de 1975, quando a aluna do curso de economia da universidade federal obteve emprego de estagiária na Fundação de Economia e Estatística, do governo gaúcho.

    Reprodução
    Dilma Rousseff em audiência da Justiça Militar
    Dilma Rousseff em audiência da Justiça Militar

    A partir daí, inúmeros informes alardeiam uma "infiltração esquerdista e comunista" em órgãos do governo. Levantamento do Exército apontou 24 servidores "subversivos", incluindo Dilma. Houve intensa pressão para destituir os servidores, mas os documentos dizem que partiu de Dilma a decisão de pedir demissão em 1977.

    Editoria de Arte/Folhapress

    As convicções e passos de Dilma em Porto Alegre foram registrados em centenas de páginas guardadas no Arquivo Nacional produzidas pelos arapongas do SNI (Serviço Nacional de Informações) e das Forças Armadas.

    O acervo do Arquivo Nacional sobre Dilma tem mais de 6.000 páginas. Começa em 1968 e acaba em 1989 enfocando sobretudo sua passagem pela guerrilha. Foram destacados aqui documentos inéditos sobre o período posterior à prisão.

    No início dos ano 80, Dilma aparece nos papéis da ditadura como ativa militante da causa feminista e do trabalhismo. Ela uniu os dois objetivos, tendo criado a Ação da Mulher Trabalhista, ligada ao PDT, com apoio da socióloga Lícia Margarida Macedo de Aguiar Peres. Numa das reuniões do grupo foi distribuída a "cartilha da mulher trabalhista" que propunha a "nacionalização de empresas agrícolas e agroindustriais".

    Na época Dilma achava que a política não era "muito limpa". Defendia "creches, restaurantes e lavanderias coletivas para libertar a mulher da dupla jornada de trabalho".

    Em aspecto pouco citado em sua biografia, Dilma foi sócia de uma gráfica na capital gaúcha, a Imprimatur Artes Gráficas, que fazia propaganda para candidatos do PDT.

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