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    Lula diz que não lê a 'Veja' e que não acha nada de denúncia de Youssef

    GUSTAVO URIBE
    JOSÉ MARQUES
    DE SÃO PAULO

    24/10/2014 14h00

    Em ato a favor da candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou nesta sexta-feira (24) reportagem publicada pela revista "Veja" sobre declaração do doleiro Alberto Youssef.

    O petista disse que não lê a revista e que não tem opinião sobre a capa da publicação. "Eu não acho nada. O problema da 'Veja' é só ela que fala", respondeu ao ser questionado sobre a reportagem. "Eu não leio a 'Veja'", emendou ao ser indagado novamente.

    Segundo a revista, que adiantou sua publicação para esta sexta, Youssef disse em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, no seu processo de delação premiada, que Dilma e Lula tinham conhecimento do esquema de desvio de dinheiro na Petrobras.

    O petista participou de caminhada na região central da capital paulista. Segundo a Polícia Militar, o público presente era de cerca de 3.000 pessoas.

    Ele fez o trajeto da Praça do Patriarca até a Catedral da Sé, em um carro aberto, ao lado do prefeito Fernando Haddad, do senador Eduardo Suplicy e da ministra Eleonora Menicucci (Políticas para as Mulheres).

    Com a proibição da Justiça Eleitoral de fazer discurso de campanha, antes do segundo turno, Lula subiu em um carro de som e pegou o microfone apenas para fazer recomendações à militância petista. "Não vamos aceitar nenhuma provocação. Nós temos de mostrar que a nossa briga é em favor de um projeto", afirmou.

    O presidente do PT em São Paulo, Emídio de Souza, criticou os ataques dos adversários nas redes sociais e pediu à militância para sair de casa neste final de semana com bandeiras e adesivos da candidatura à reeleição em seus carros.

    O evento contou com provocações de simpatizantes da candidatura de Aécio Neves (PSDB). No trajeto da caminhada, eleitores do tucano mostravam cartazes contra o PT das janelas de prédios.

    No final, próximo à Catedral da Sé, um eleitor do tucano hostilizou os militantes do PT. Ele parou seu carro no trajeto da caminhada, abriu a janela e os xingou. Na sequência, chegou a descer e ameaçou partir para cima dos petistas, mas foi empurrado de volta ao veículo.

    ALBERTO YOUSSEF

    O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, que participou da caminhada, criticou a reportagem da revista e a acusou de tentar influenciar no resultado da eleição presidencial.

    "Esse é um último esforço de um órgão que tentou ao longo de quatro anos desconstruir o atual governo federal e que agora tenta influenciar na eleição. É um absurdo que uma revista como essa faça uma capa dessa às vésperas da eleição, baseada em algo que não se sustenta em nenhum documento jurídico", afirmou.

    Para o coordenador geral da campanha à reeleição em São Paulo, Luiz Marinho, o governo petista tomou todas as medidas no escândalo da Petrobras, diferente, segundo ele, da atitude do PSDB em denúncias de corrupção. "A diferença entre nós e eles é que nós não criamos uma redoma. Na Petrobras, tomamos todas as medidas", criticou.

    Em evento de apoio à presidente, na noite desta quinta-feira (23), Emídio de Souza afirmou que é um "desserviço à democracia" a divulgação de uma denúncia como essa a 48 horas das eleições presidenciais.

    "Que credibilidade tem esse elemento [Youssef]? Quando ele tratou disso com a Dilma e o Lula? Nunca", disse.

    RESPOSTA DE DILMA

    A presidente Dilma Rousseff aproveitou o horário eleitoral gratuito desta sexta para responder aos ataques da revista. Em longo discurso, a candidata petista classificou de "terrorismo" o que a publicação faz.

    "Não posso me calar frente a esse ato de terrorismo eleitoral articulado pela revista 'Veja' e seus parceiros ocultos. Uma atitude que envergonha a imprensa e agride a nossa tradição democrática. Sem apresentar nenhuma prova concreta e mais uma vez baseando-se em supostas declarações de pessoas do submundo do crime a revista tenta envolver diretamente a mim e ao presidente Lula nos episódios da Petrobras, que estão sob investigação da Justiça", afirmou a presidente logo no início da fala.

    O discurso foi mostrado logo após o apresentador narrar uma série de capas em que a "Veja" publicou com reportagens contra o PT em eleições anteriores. A capa da edição desta sexta, porém, não foi mostrada.

    Segundo a presidente, "todo mundo sabe da campanha sistemática que a revista move há anos". "É uma tentativa de intervir de forma desonesta no resultado das eleições", disse Dilma, citando que as últimas pesquisas de intenções de voto mostram a clara vantagem dela sobre o tucano na corrida presidencial.

    Colaborou CAROLINA DANTAS, de São Paulo

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