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    Presidente terá de ajustar economia já no primeiro ano

    VALDO CRUZ
    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    26/10/2014 02h00

    O próximo presidente da República será eleito hoje num cenário de inflação alta, crescimento próximo de zero e contas públicas no vermelho, um quadro que coloca em risco conquistas como baixa taxa de desemprego e programas sociais em expansão.

    Adversários na corrida pelos votos dos brasileiros neste domingo (26), Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) terão tempos diferentes para dar respostas aos desafios econômicos que devem fazer do primeiro ano de mandato um período de ajustes de rota.

    Se a escolhida das urnas for a petista, o relógio do seu segundo mandato correrá a partir de segunda. Ela, que prefere enfrentar os nós da economia de forma lenta e gradual, será cobrada a mostrar imediatamente seu plano para reverter o quadro negativo.

    Nas palavras de um assessor, a presidente, reeleita, terá no máximo uma semana para descansar. Na volta, terá de começar a definir, por exemplo, quem será seu ministro da Fazenda.

    O nome do substituto de Guido Mantega sinalizará o rumo da política econômica, essencial para recuperar a confiança de empresários e consumidores, além de acalmar o mercado -que deve abrir após a eleição com dólar em alta e Bolsa em queda.

    Já a eventual vitória do tucano é vista como sinalização de calmaria no mercado e confiança do setor produtivo. Aécio teria, ao contrário de Dilma, um período de lua de mel até assumir, em janeiro. E com seu ministro da Fazenda já escolhido, Armínio Fraga.

    Assessores de Dilma recomendam que ela não só escolha em novembro seu novo ministro da Fazenda como dê posse a ele imediatamente. Na avaliação de sua equipe, é preciso reverter as expectativas negativas rapidamente.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Quanto ao rumo, a presidente pretende não dar nenhum "cavalo de pau" e fazer os ajustes de forma gradual, para não sacrificar empregos e programas sociais.

    Entre os tucanos, a equipe de Armínio Fraga diz que ninguém vai se "surpreender".

    A ordem será dar uma "guinada de direção" na política econômica, com sinalização clara de que o centro da meta da inflação, de 4,5%, será perseguido, além do cumprimento de metas factíveis de economia para o pagamento de juros da dívida pública.

    Tudo será montado, porém, dentro de um período de ajuste de dois a três anos.

    Entre petistas, a reeleição de Dilma é vista como essencial para consertar erros do primeiro mandato que podem pôr em risco o legado de Lula.
    As previsões mostram que a tarefa não será fácil. Em 2015, o país deve crescer abaixo do esperado para as economias avançadas e as emergentes. O Fundo Monetário Internacional projeta expansão de 1,4% para o país, mais otimista que o 1% esperado por economistas brasileiros ouvidos pelo Banco Central.

    É um cenário semelhante ao enfrentado entre 1996 e 2005, quando o país não conseguiu acompanhar o ritmo da economia mundial. É esperada recuperação nos últimos dois anos do próximo mandato. Ainda assim, a expansão até 2018 deve ser a metade dos 4,6% verificados no segundo governo Lula.

    Contribuirá para o baixo crescimento a manutenção do juro básico perto dos atuais 11% ao ano, vista como necessária para evitar o descumprimento da meta de inflação.

    Em relação às contas públicas, a expectativa é um superavit, nos próximos dois anos, inferior à média verificada desde 1999. Uma alternativa seria aumentar impostos. O problema é que o país já tem uma carga tributária (34%) semelhante à de países europeus com renda por habitante equivalente a oito ou dez vezes a brasileira.

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