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    Juíza manda lacrar megatemplo após apreender cadastros de eleitores no Rio

    DIANA BRITO
    DO RIO

    25/10/2014 21h28

    A juíza eleitoral Daniela Barbosa Assupção de Souza mandou lacrar na noite deste sábado (25) –a poucas horas do início da votação do segundo turno das eleições – o megatemplo da Igreja Universal do Reino de Deus, em Del Castilho, zona norte do Rio, após fiscais do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) apreenderem cadastros de eleitores e material de campanha do candidato ao governo do Estado Marcelo Crivella (PRB), bispo licenciado e sobrinho de Edir Macedo, líder desta igreja.

    Ao vasculharem a igreja, os fiscais recolheram 2.000 folhetos de propaganda eleitoral de Crivella e formulários de eleitores identificados por foto, número de título eleitoral, zona de votação e seção.

    A reportagem da Folha acompanhou parte do trabalho dos fiscais dentro do templo, mas foi expulsa por um pastor e seguranças do espaço religioso aos gritos. Segundo o TRE, os funcionários do templo não podem expulsar jornalistas que estejam exercendo sua função dentro do espaço público de uma igreja.

    Em entrevista à Folha, a juíza eleitoral Daniela Souza afirmou que "a igreja Universal agiu de forma totalmente irregular ao expulsar a imprensa do templo". Ela disse que uma equipe da TV Globo também foi expulsa por seguranças do espaço mais cedo.

    "É totalmente irregular expulsar a imprensa porque a igreja é de livre acesso público. Se deixaram a Rede Record entrar tem que deixar os outros veículos entrarem também", afirmou a juíza.

    Daniela Souza disse que precisou chamar reforço da Polícia Militar no fim da tarde de hoje porque houve tumulto no templo durante a fiscalização. Ela contou que só não lacrou o espaço mais cedo porque estava sendo realizado um culto com cerca de 7.000 fiéis. A cerimônia não foi interrompida.

    "Agora a PM está lá dentro porque tem sete famílias hospedadas naquele prédio que não tem nem Habite-se até hoje. Estamos esperando as famílias retirarem tudo para eles saírem e a gente lacrar. Já até morreu uma pessoa ali dentro.. se o pastor quiser ele que leve eles para a casa dele", destacou.

    A magistrada informou que depois do tumulto, duas produtoras da TV Globo e da Rede Record foram conduzidas a 44 DP (Inhaúma) por se envolverem no tumulto. Por volta das 22h deste sábado, a juíza solicitou reforço da Polícia Federal no templo.

    A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da igreja Universal, mas não obteve retorno. A assessoria do candidato também não foi localizada.

    Durante a fiscalização com mandado judicial, pelo menos quatro portas foram arrombadas por seguranças do templo a mando de fiscais do TRE depois dos funcionários alegarem que não tinham as chaves das salas. Nelas foram encontrados os materiais irregulares.

    Na manhã de hoje, outra igreja Universal foi lacrada no centro da cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, depois dos fiscais apreenderem 2.000 cadastros de eleitores no espaço. A listagem trazia também o endereço do site da campanha de Crivella.

    Ainda neste sábado, a Igreja Mundial, em Belford Roxo, Baixada Fluminense, também foi lacrada após fiscais do TRE apreenderem material de campanha do candidato ao governo do Estado Luiz Fernando Pezão (PMDB). A reportagem não localizou nenhum representante da Igreja Mundial.

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