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    Análise: Acesso à informação pode definir pleito deste ano

    MAURO PAULINO
    DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA
    ALESSANDRO JANONI
    DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA

    26/10/2014 02h00

    O brasileiro decide hoje a mais disputada eleição para presidente da República pós-redemocratização. A inversão de nomes na liderança numérica trouxe mais dramaticidade ao confronto. O equilíbrio na véspera é o penúltimo ato do ineditismo que marca a sucessão de 2014.

    A história que começou no apoio majoritário às manifestações de 2013, passou pelas turbulências pré-Copa, pela morte de Eduardo Campos, pela ascensão e queda de Marina e se completa no embate intenso do segundo turno, aguarda a decisão do eleitor.

    Como já havia alertado no primeiro turno, o Datafolha esclarece que os dados divulgados neste sábado (25) refletem a intenção de voto da população nos dois dias que antecederam o pleito.

    Entre a predisposição à uma candidatura e a concretização do voto, há fatores na dinâmica da escolha durante o final de semana que agem sobre os resultados que serão apurados nas urnas.

    A abstenção e os erros na digitação dos números são exemplos. Se concentrados em determinado perfil do eleitorado podem diminuir ou abrir a distância dos resultados que serão obtidos pelos candidatos.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Mas, no caso da urna eletrônica, a dificuldade no segundo turno é menor. O eleitor não terá que votar para deputados e senador antes de governador ou presidente.

    Em determinado nicho do eleitorado porém, com maior acesso à informação, a repercussão do último debate e o noticiário recente, inclusive novas denúncias contra o governo, podem emular ao longo do final de semana com maior potencial de influência sobre o voto.

    Com isso, um fenômeno pouco explorado nas análises sobre a eleição deste ano acaba por assumir nas últimas horas um papel de fundamental importância para as estratégias das campanhas -as redes sociais.

    A maioria dos eleitores tem acesso à internet (60%), sendo que boa parte (44%) por celular. Praticamente metade (47%) têm contas em redes sociais, taxa que vai a 82% entre os mais escolarizados e entre os mais jovens.

    Do total de eleitores do país, 22% admitem ter compartilhado matérias sobre as eleições deste ano e 36% afirmam buscar informações sobre o assunto nas redes sociais. Fora isso, 18% dos entrevistados dizem sofrer influência desse meio na definição do voto agora no segundo turno.

    Movimentações ou a falta de variações na preferência do eleitorado no final de semana podem ser em grande parte o resultado da reverberação veloz e abrangente nas redes sociais dos lances derradeiros de cada candidatura junto a segmentos da classe média que nos últimos dias se apresentaram volúveis.

    Elas reúnem em um mesmo ambiente as novas, as tradicionais e as mais diversas fontes de informação, que potencializam o debate com amigos e parentes.

    PARTICIPAÇÃO

    Com esse complexo dinamismo na composição do voto, fica fácil compreender porque 15% dos brasileiros definiram o candidato no dia ou na véspera do primeiro turno da disputa.

    Também pode explicar o porquê de Marina Silva, com sua proposta de "Rede", chegar a ocupar espaço tão importante nesse perfil do eleitorado brasileiro.

    Se tivesse decodificado o que de fato significa "o desejo de mudança", "a nova política", a mensagem real de junho de 2013, a ambientalista seria uma das finalistas.

    Afinal, para metade dos que hoje vão as urnas, a crise de representação se agravará e a(o) eleita(o) necessariamente deverá facilitar para a população aquilo que as redes sociais e as manifestações mais possibilitaram -a participação.

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