Governador de Mato Grosso do Sul há oito anos e um dos políticos mais influentes do Estado, André Puccinelli (PMDB) afirmou neste domingo (26), pouco depois de votar, que encerrou sua carreira eleitoral.

"C'est fini. Cê, apóstrofe, é, ésse, tê", disse à Folha, soletrando a frase em francês.

"Eu fui secretário estadual de Saúde, deputado estadual, deputado federal, prefeito da capital, governador... Chega."

	Estelita Hass Carazzai/Folhapress
	O governador de MS, André Puccinelli (PMDB), após ter votado na manhã deste domingo (26)

O peemedebista de 66 anos não fará seu sucessor. Concorrem ao governo estadual neste segundo turno Delcídio Amaral (PT) e Reinaldo Azambuja (PSDB). O candidato do PMDB, Nelsinho Trad, ficou em terceiro lugar.

Apesar da negativa, Puccinelli afirma que continuará trabalhando "politicamente", e ainda flerta com as próximas eleições.

Perguntado pela imprensa sobre 2016, disse que "está muito cedo, muito longe, assim como 2018 está muito mais longe ainda".

Aliados do peemedebista apostam que ele atuará como um "cacique político" do PMDB, costurando alianças e recrutando novos nomes.

"Eu sempre fui adepto da renovação. Sempre perscrutei lideranças novas. Acho que está na hora da gurizada."

FINAL DE MANDATO

Puccinelli não quis declarar seu voto. "É secreto", disse. Ele ficou neutro neste segundo turno.

Ao comentar as últimas pesquisas, porém, afirmou: "Eu ainda acho que é capaz de dar Dilma lá e Reinaldo aqui. Mas sem muita convicção". É sua torcida? "Não. É um mero palpite."

O governador afirmou que pretende criar um instituto para financiar os estudos de "meia dúzia de alunos de escolas públicas". "De meia dúzia a dez, porque não tenho porte para mais."

Até o final do mandato, ele pretende inaugurar todas as obras que puder, inclusive o Aquário do Pantanal, ícone de sua gestão. O projeto atrasou e ultrapassou em muito o custo inicial.

"A inauguração vai ser seguramente em dezembro. Tomara Deus, antes do Natal", disse Puccinelli.