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    Preso pela PF em 2010, governador eleito no Amapá é aliado de Sarney

    ESTÊVÃO BERTONI
    DE SÃO PAULO

    26/10/2014 19h14

    Aliado do ex-presidente José Sarney (PMDB), Waldez Góes, 52, foi escolhido pelo eleitorado para comandar o Amapá pela terceira vez, no ano em que sua mulher e seu primo foram campeões de voto no Estado.

    O político do PDT volta ao cargo após quatro anos –foi governador por dois mandatos consecutivos, de 2003 a 2010, após superar o candidato Camilo Capiberibe (PSB) no segundo turno, com 60,58% dos votos, contra 39,42% do atual governador.

    Técnico agrícola nascido em Gurupá (PA), Waldez é marido de Marília Góes (PDT), 48, a deputada estadual mais votada do Amapá, com 11.747 votos.

    Seu primo Roberto Góes (PDT), 48, ex-prefeito de Macapá e presidente da Federação Amapaense de Futebol, foi campeão de votos para deputado federal (22.134).

    Na lista de familiares políticos consta ainda a mãe de Roberto, Maria Góes (PDT), 65, que também se elegeu deputada estadual neste ano.

    O pedetista, ex-deputado estadual no anos 1990, teve sua carreira marcada por uma prisão em 2010. Na época, renunciara ao governo para disputar uma vaga no Senado.

    Em setembro daquele ano, passou dez dias na prisão durante uma operação da Polícia Federal que investigava desvios de até R$ 300 milhões em verbas da educação.

    Outras 17 pessoas, entre as quais o vice-governador de sua chapa, Pedro Paulo Dias, e seu primo Roberto foram presos.

    Waldez nega participação no esquema e, durante a campanha deste ano, defendeu investigações e eventuais punições aos culpados.

    Ele continuou a campanha para o Senado em 2010, após ter sido solto, mas não se elegeu. Acabou nomeado assessor no gabinete do deputado Sebastião Bala Rocha (PDT).

    Em 2006, Waldez recebeu do empresário Eike Batista doação de R$ 200 mil para sua campanha à reeleição. Naquele ano, a mineradora MMX, presidida por Eike, ganhou do governo do Estado a concessão para explorar a Estrada de Ferro do Amapá.

    A licitação foi investigada pela Polícia Federal por suspeitas de direcionamento.

    Neste ano, o maior doador de sua campanha foi a empresa Jari Celulose, Papel e Embalagens, com R$ 199.980.

    Waldez declarou nas eleições deste ano um patrimônio de apenas R$ 15 mil à Justiça Eleitoral. Ele tem quatro filhos e um neto.

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