A vitória da presidente Dilma Rousseff (PT) neste domingo (26) foi recebida com lágrimas e indignação na sede do PSDB em São Paulo. Após a derrota de Aécio Neves (PSDB) ser oficializada, pouco depois das 20h, o governador Geraldo Alckmin cancelou o pronunciamento público que faria na sede do partido. Um palco com microfone e banner que trazia a imagem do presidenciável tucano ficaram intactos.
No local, cerca de cem militantes e simpatizantes do partido vaiaram a petista e puxaram gritos anti-PT. "A nossa bandeira jamais será vermelha", cantavam em frente a um telão que mostrava o resultado final da apuração.
Ao aparecer na TV, os números de Minas Gerais e Pernambuco, onde a petista teve vantagem em relação ao tucano, foram vaiados pelos presentes, que puxaram palmas para São Paulo, colégio eleitoral em que Aécio teve 64% dos votos válidos.
O evento ficou esvaziado desde o final da tarde, sem a presença de nenhuma liderança importante do partido. O presidente do PSDB-SP, deputado Duarte Nogueira, estava em uma bateria de entrevistas, enquanto o senador eleito pelo Estado, José Serra, e Aloysio Nunes, candidato a vice na chapa de Aécio, viajaram a Belo Horizonte para acompanhar a apuração.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso preferiu ficar em seu apartamento, na zona oeste da capital paulista.
A presidente municipal do PSDB Mulher em Guarulhos (SP), Sônia Delfino, acusou a população de Minas de ter "traído" o tucano e disse que pretende protestar nas ruas a partir de agora pelo "impeachment da presidente" reeleita.
"O ex-presidente Fernando Collor, por muito menos que isso, caiu do cargo. O povo parece que aprova isso tudo e eu não consigo entender", desabafou.
O empresário e militante Erik Sanchez, de 37 anos, reclamou das agressões e do clima violento das eleições presidenciais deste ano. "Faltaram mais propostas dos dois lados", lamentou.
