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    País rachado se refletirá no Congresso Nacional

    RANIER BRAGON
    GABRIELA GUERREIRO
    DE BRASÍLIA

    27/10/2014 02h00

    A dificuldade de Dilma Rousseff (PT) para se reeleger neste domingo (26) tende a ter desdobramentos em sua relação com o Congresso pelos próximos quatro anos.

    Oposicionistas ressaltam os reflexos do "país rachado" e preveem temperatura alta devido aos acordos de delação premiada do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa que sugerem o envolvimento de congressistas com o esquema de desvio de recursos da Petrobras.

    "Há um clima de radicalismo, a campanha de Dilma dividiu o país, rachou no meio. E com o escândalo da Petrobras, teremos tempos turbulentos", afirma o líder da bancada do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).

    "A oposição sai muito fortalecida. O resultado mostra que o PT está em contagem regressiva", reforçou o senador Agripino Maia (DEM-RN), coordenador da campanha de Aécio Neves (PSDB).

    Do lado governista, o discurso é o de que passado o acirramento de ânimos da eleição, a petista deve trabalhar pelo distensionamento. "A oposição será cerrada, mas a presidente terá respaldo para construir uma base de apoio que não seja um toma lá dá cá", afirmou o líder da bancada do PT no Senado, Humberto Costa (PE).

    Em seu primeiro mandato, Dilma tinha uma base de sustentação maior e apesar disso enfrentou dificuldades e rebeliões –um dos exemplos foi o fiasco da proposta de reforma política que tentou aprovar no Legislativo após os protestos de junho de 2013.

    Os partidos que a apoiam controlam hoje 339 cadeiras na Câmara. A partir de fevereiro de 2015 esse número cairá para 304, quatro a menos do necessário para se aprovar emendas à Constituição.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O foco inicial da petista deverá ser a reaproximação com partidos que migraram para Aécio no processo eleitoral. Principalmente o PTB, com 25 deputados, e o PSC (12), cujo candidato à Presidência, Pastor Everaldo, apoiou Aécio no segundo turno.

    Partidos discutem ainda fusões ou formações de blocos, o que será acompanhado de perto pelo Planalto.

    Além do encolhimento de sua base, a petista terá que contornar a já declarada disputa entre PT e PMDB pela presidência da Câmara.

    Maior bancada, o partido de Dilma irá lançar candidato, mas o PMDB, a segunda maior legenda da Casa e que hoje controla o posto, já está em campanha para emplacar o líder Eduardo Cunha (RJ).

    Polêmico, o parlamentar liderou rebeliões contra Dilma durante sua primeira gestão, mas tem absoluto controle da bancada peemedebista, além de ascendência em outras legendas. A eleição ocorrerá no dia 1º ou 2 de fevereiro.

    No Senado, a bancada de apoio à presidente fica inalterada (52 cadeiras). Dilma manterá o apoio da maioria do PMDB, mas enfrentará problemas com aliados abandonados durante a campanha.

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