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    Resultados das eleições coincidem com pesquisas

    RICARDO MENDONÇA
    DE SÃO PAULO

    28/10/2014 02h00

    No segundo turno da eleição presidencial, os resultados finais obtidos por Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) coincidiram com os números apresentados pelos institutos Datafolha e Ibope nas pesquisas feitas entre a sexta-feira (24) e a véspera da votação, o sábado (25).

    No domingo (26), Dilma foi reeleita presidente da República com 51,6% dos votos válidos, Aécio teve 48,4%.

    Na pesquisa divulgada no sábado à tarde, o Datafolha apontou a petista com 52% e seu rival tucano com 48%. Já o Ibope mostrou Dilma com 53% contra 47% de Aécio. Nos dois caso, a margem de erro era de dois pontos.

    A proximidade entre os dados da apuração e os números dos institutos indica que nas últimas horas da disputa, entre a véspera e o domingo, não houve transferências significativas de voto a favor ou contra qualquer concorrente.

    Não foram poucos os eventos finais da eleição que, em tese, poderiam ter exercido forte influência eleitoral.

    Entre eles, a continuidade da repercussão do debate da TV Globo; a capa da revista "Veja" com as fotos de Dilma e do ex-presidente Lula citados pelo doleiro Alberto Youssef como conhecedores de um esquema de corrupção; os atos de vandalismo na sede da editora Abril, que publica a revista; o boato de que Youssef havia morrido na cadeia; e a própria repercussão das pesquisas de véspera.

    Algumas características do segundo turno contribuem para que os resultados das pesquisas de véspera fiquem mais próximos da apuração.

    Com só dois candidatos na disputa, é natural que a taxa de conhecimento dos concorrentes seja maior. Quase um mês a mais de campanha consolida convicções, reduzindo as mudanças de última hora.

    Além disso, o comportamento do "voto útil" deixa de existir. E o fato de a eleição ser mais simples (sem deputado estadual, federal, senador e, em alguns casos, governador) reduz a chance de erro por parte dos eleitores na urna.

    A coincidência de resultados, porém, não pode ser confundida com acerto de previsão, pois pesquisa não é feita para antecipar apuração.

    No primeiro turno, os institutos foram criticados por divergências entre apuração e pesquisas de véspera.

    O Datafolha, por exemplo, mostrava Dilma com 44%, Aécio com 26%, Marina Silva (PSB) com 24%. Na urna, o placar foi 41,6%, 33,6% e 21,3%, respectivamente.

    A explicação, na época, foi o grande número de eleitores que deixaram para escolher ou trocaram de candidato na última hora. Segundo o próprio Datafolha apurou posteriormente, 15% decidiram em quem votar no sábado, véspera do pleito, ou no próprio dia da votação.

    "Pesquisa não é oráculo, não vai ficar adivinhando resultado", afirma Márcia Cavallari, diretora do Ibope, empresa também criticada.

    Ela lembra que a metodologia do Ibope não mudou entre o primeiro e o segundo turno. Outro indício de que as trocas de última hora podem ter sido muito intensas no fim do primeira fase.

    O Datafolha também fez pesquisas de segundo turno para governador no Distrito Federal, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Ceará. Em todas, os resultados dos levantamentos de véspera coincidiram com a apuração.
    Uma divergência fora da margem de erro (de 3 pontos)foi no resultado da eleição presidencial em Minas, onde Aécio aparecia com 54%, Dilma com 46%. Na urna, a petista ganhou por 52% a 48%.

    O Ibope fez estudos nas 14 eleições regionais com turno final. Suas pesquisas de véspera ou antevéspera coincidiram com a urna em 11 casos. Diferenças pequenas (de até 3 pontos fora da margem) ocorreram no Acre, Amazonas e Mato Grosso do Sul.

    Editoria de Arte/Folhapress
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