• Poder

    Friday, 03-May-2024 11:08:43 -03

    Caso de holandês pode determinar destino de petista

    GRACILIANO ROCHA
    DE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BOLONHA (ITÁLIA)

    28/10/2014 02h00

    O tratado de extradição entre Brasil e Itália veda a entrega de prisioneiros quando o Estado requerente não apresentar garantias de dignidade e de segurança para o cumprimento da pena. Esse se tornou um dos pilares da defesa de Henrique Pizzolato.

    Em junho, o Brasil entregou dossiê sobre as penitenciárias da Papuda (DF) e Curitibanos (SC), onde Pizzolato poderia cumprir a pena conforme as exigências da Corte Europeia de Direitos Humanos.

    Outro processo na Itália é acompanhado "com lupa" pelo Brasil porque pode firmar jurisprudência para facilitar a entrega de Pizzolato, segundo o procurador Eduardo Pelella.

    Trata-se do caso do holandês Ronald Van Coolwijk, 60, condenado pela Justiça do Espírito Santo a 20 anos de prisão por tráfico de drogas num processo relacionado à organização criminosa Scuderie Le Cocq, um grupo paramilitar que agia nos anos 1990.

    Van Coolwijk foi preso em Roma, e o Brasil obteve sua extradição em primeira instância. Quando o recurso chegou à Corte de Cassação, a defesa do holandês alegou que os presídios brasileiros não tinham condições dignas para cumprimento da pena.

    Em novembro do ano passado, a corte italiana anulou a extradição da primeira instância e ordenou que o processo voltasse à estaca zero para discutir a questão dos direitos humanos no Brasil. Nova decisão deverá sair em janeiro.

    "O caso tem importância jurídica imensa para o processo do Pizzolato porque pode firmar jurisprudência sobre a questão dos direitos humanos, um dos principais pontos da defesa dele", afirmou Pelella.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024