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    PSB se divide no Nordeste sobre possível apoio a Dilma

    DANIEL CARVALHO
    DO RECIFE
    PATRÍCIA BRITTO
    DE SÃO PAULO

    01/11/2014 02h00

    Após começar o ano como "terceira via" cotada a romper a polarização entre petistas e tucanos na disputa nacional, o PSB saiu da eleição no Nordeste dividido entre apoiar ou fazer oposição ao governo Dilma Rousseff.

    Pernambuco, terra do ex-presidente do partido Eduardo Campos, lidera a ala que prega uma "oposição responsável". Defende que o partido mantenha "portas abertas para o diálogo" com todos, na expressão do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB).

    Acompanham essa intenção da ala pernambucana os diretórios de Piauí, Ceará, Maranhão, Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte.

    "Pernambuco é um símbolo, e é onde o partido estava umbilicalmente ligado às oposições. A gente já parte com um sentimento muito forte de estar na oposição", afirma o ex-governador do Piauí, Wilson Martins (PSB).

    O presidente do PSB-PE, Sileno Guedes, pondera que o "campo de luta" da sigla é de esquerda e que é preciso cuidado para "não comprometer a história do partido".

    Do lado oposto está a Paraíba, que reelegeu Ricardo Coutinho (PSB) em aliança local com o PT, apesar do rompimento nacional.

    O presidente do PSB-PB, Edvaldo Rosas, pressiona pelo "realinhamento" com Dilma e busca apoio de outros Estados para defender a proposta na Executiva Nacional.

    "Vamos defender essa tese. A história do PSB, de Miguel Arraes e de Eduardo Campos sempre esteve nesse campo progressista", afirma.

    Na Bahia, maior colégio eleitoral do Nordeste, o PSB apoiou Dilma no segundo turno e não quer ser oposição.

    "O PSB que conheço, ao qual me filiei, tem mais identidade programática do que afastamento com o governo Dilma", diz a senadora Lídice da Mata, líder do PSB-BA.

    Para ela, as bancadas no Congresso devem ser, no máximo, independentes. "Oposição, eu não vejo sentido."

    O ex-presidente do partido Roberto Amaral também prega a reaproximação com o PT.

    Após eleger Paulo Câmara com 68% dos votos, o PSB-PE manteve a influência na nova Executiva, que também defende a oposição moderada.

    Na prática, a "oposição responsável" significa que o PSB não deve ser um antagonista como o PSDB. A atuação seria balizada com a formação de um novo bloco parlamentar com PPS, PV e SD.

    Recém-eleito presidente do PSB, Carlos Siqueira minimiza dissidências. "Sinto que as pessoas querem chegar a uma posição que será consensual ou, no mínimo, de maioria muito grande".

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